ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 10-4-2002.
Aos dez dias do mês de abril
do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni,
Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila e Raul
Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell,
Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez
Pinheiro, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano, Zé Valdir e Berna Menezes.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Décima
Nona Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações
nº 095/02 (Processo nº 1266/02); pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de
Providências; pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Dr. Goulart, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Isaac Ainhorn, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/02 (Processo nº 1415/02); pelo
Vereador João Carlos Nedel, 05 Pedidos de Providências e a Indicação nº 015/02
(Processo nº 1431/02); pelo Vereador Nereu D'Avila, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 071 e 072/02 (Processos nºs 1338 e 1348/02, respectivamente) e
o Projeto de Resolução nº 066/02 (Processo nº 1410/02); pelo Vereador Reginaldo
Pujol, 08 Pedidos de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, 01 Pedido de
Providências. Também, foi apregoado o Ofício nº 280/02, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 234/01 (Processo nº 3409/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
nºs 023/02, do Senhor Darci Bertholdo, Secretário Adjunto do Ministério da
Justiça; 036/02, da Vereadora Rita Sanco, Presidenta da Câmara Municipal de
Gravataí - RS. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos
Senhores José Jorge da Silva e Sady Soares Salatino, respectivamente Presidente
e Vice-Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre, convidando Suas
Senhorias a integrarem a Mesa e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao
Senhor Sady Soares Salatino, que se manifestou contrariamente à legislação que
estabelece novas diretrizes para o funcionamento de hospitais psiquiátricos no
País, defendendo a adoção de medidas que oportunizem um tratamento mais
adequado aos portadores de enfermidades mentais, viabilizando uma recuperação
mais rápida dessas pessoas. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento,
os Vereadores Ervino Besson, Luiz Braz, Dr. Goulart, Aldacir Oliboni, Clênia
Maranhão, Raul Carrion e Sebastião Melo manifestaram-se acerca do assunto
abordado durante a Tribuna Popular. Também, constatada a existência de quórum,
foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença
para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Roque Jacoby, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação. Na oportunidade, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, Líder da Bancada do PSDB, informando o impedimento do
Suplente Cláudio Sebenelo em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição
a Sua Excelência. Às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e um minuto,
constatada a existência de quórum. A seguir, foi apregoado o Memorando nº
041/02, firmado pelo Vereador José Fortunati, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, informando que o Vereador Paulo Brum se encontra representando
externamente este Legislativo na Sessão Solene em comemoração ao décimo
terceiro ano de fundação da Associação Santanense do Deficiente Físico, evento
que está sendo realizado hoje na Câmara Municipal de Santana do Livramento -
RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nºs 037, 053, 054, 057, 058, 059, 060, 066 e 052/02, este
discutido pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 005/02, discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro, os Projetos de
Resolução nºs 062 e 063/02, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 002/02, discutido pelos Vereadores João
Antonio Dib, Sebastião Melo e Nereu D'Avila, os Projetos de Lei do Executivo
nºs 025 e 024/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão,
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/02, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib, Luiz Braz e Juarez Pinheiro, os Projetos de Lei do Executivo
nºs 022/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Sebastião Melo, 023,
028, 029 e 026/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão,
os Projetos de Lei do Legislativo nºs 041, 044, 045, 046, 049, 051 e 031/02,
este discutido pelo Vereador Juarez Pinheiro, os Projetos de Lei do Executivo
nºs 015 e 016/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal
analisou aspectos legais e doutrinários alusivos ao conceito de "Estado
Democrático de Direito", notadamente quanto às normas constantes na
Constituição Federal atinentes aos Direitos e Garantias Fundamentais. Nesse sentido,
comentou dados referentes à forma e ao sistema de governo atualmente adotados
no País e referiu-se à atual conjuntura política e econômica verificada no Rio
Grande do Sul e no Brasil. O Vereador Marcelo Danéris manifestou-se sobre a
vacância de cargos da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre,
externando o posicionamento da Bancada do Partido dos Trabalhadores no sentido
de apoiar a eleição dos Vereadores Aldacir Oliboni e João Carlos Nedel para
ocuparem, respectivamente, os cargos de 3º e 1º Secretários desta Casa. Também,
discorreu sobre as circunstâncias em que ocorreu a eleição da atual Mesa
Diretora deste Legislativo. O Vereador Raul Carrion apoiou o pronunciamento
efetuado pelo Vereador Marcelo Danéris em Comunicação de Líder, quanto à
eleição de cargos da Mesa Diretora. Ainda, dissertou sobre ordem de despejo
expedida contra moradores de área de propriedade da Petróleo Brasileiro
Sociedade Anônima - PETROBRAS, relatou problemas estruturais verificados na
Vila Cruzeiro e leu nota expedida pelo Partido Comunista do Brasil, acerca dos
conflitos que vêm ocorrendo no Oriente Médio. O Vereador Luiz Braz analisou a
atual composição das Bancadas da Câmara Municipal de Porto Alegre, bem como o
apoio por elas fornecido ao Executivo Municipal. Também, referiu-se ao
pronunciamento efetuado pelo Vereador Pedro Américo Leal em Comunicação de
Líder, o qual versou sobre aspectos legais e doutrinários atinentes ao conceito
de "Estado Democrático de Direito" e analisou os problemas
verificados no sistema de segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul. O
Vereador Sebastião Melo informou que a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento
e do MERCOSUL convocará os Senhores Presidentes da Associação dos Bancos do
Estado do Rio Grande do Sul e do Sindicato dos Bancos do Estado do Rio Grande
do Sul para prestarem esclarecimentos no que se refere a denúncias de
irregularidades na cobrança do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza -
ISSQN - sobre serviços bancários. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença dos Vereadores do Município de Giruá - RS: Senhores Sérgio Gaist, do
PDT, Herberto Ballensiefer e Maria Thomas, do PPB; dos Vereadores do Município
de São Luiz Gonzaga - RS: Senhores Leoni Paulo Matzenbacher, do PPB, Raul Alves
de Melo, do PDT, Aldimar Machado, do PSDB, Itamar Batista, do PMDB, Francisco
Lourenço, do PSB, e José Alberto Vieira, do PPB; e do Vereador Jorge Crestani,
do PSDB, Presidente da Câmara Municipal de São Luiz Gonzaga - RS. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza teceu considerações sobre o
Projeto de Lei do Legislativo nº 083/02 (Processo nº 1457/02), de autoria de
Sua Excelência, que autoriza o Executivo Municipal a instalar cabines de
segurança nos veículos destinados ao transporte coletivo nesta Capital. Também,
discorreu sobre a importância de que sejam apuradas denúncias de
irregularidades na lotação de professores municipais contratados pelo Executivo
Municipal. O Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se contrariamente aos
pronunciamentos do Vereador Raul Carrion, proferidos durante a Vigésima
Primeira Sessão Ordinária, ocorrida no dia oito de abril do corrente, no que
tange às ações de terroristas palestinos contra o Estado de Israel, salientando
o caráter pacífico e conciliador do povo israelense. Também, discursou acerca
dos conceitos de sionismo e discriminação racial, tecendo críticas às
ideologias defendidas por Joseph Stalin. A Vereadora Clênia Maranhão dissertou
acerca de seminário promovido pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos, a ser realizado amanhã, neste Legislativo, intitulado “Pedaços da
Paz”, que tem por objetivo discutir propostas que viabilizem o fim dos
conflitos no Oriente Médio. Também, posicionou-se favoravelmente ao
acolhimento, em Porto Alegre, de pessoas perseguidas em razão de sua ideologia
ou refugiadas de regiões em conflito bélico. A seguir, o Vereador Ervino Besson
formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente
Sessão, tendo os Vereadores Marcelo Danéris e Nereu D’Avila manifestado-se a
respeito. Também, o Vereador Marcelo Danéris apresentou Requerimento firmado
por Sua Excelência e pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Raul Carrion,
Sofia Cavedon, Zé Valdir, Berna Menezes e Juarez Pinheiro, retificando o teor
do Requerimento apresentado durante a Vigésima Primeira Sessão Ordinária e firmado
por Sua Excelência e pelos Vereadores Adeli Sell, Maria Celeste, Estilac
Xavier, Raul Carrion, Juarez Pinheiro, Carlos Alberto Garcia, Sofia Cavedon,
Helena Bonumá e Maristela Maffei, o qual indicava o Vereador Aldacir Oliboni
como candidato ao cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre,
informando que a candidatura do Vereador Aldacir Oliboni se refere ao cargo de
3º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ainda, face manifestação do
Vereador Elói Guimarães, o Senhor Presidente prestou informações acerca dos
trabalhos da presente Sessão, tendo o Vereador Nereu D'Avila referido-se ao assunto.
Às dezesseis horas e vinte e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca do processo de eleição para os cargos de 1º e 3º Secretários da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Foi aprovado o nome do Vereador João Carlos Nedel
para o cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, por trinta
votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo
Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José
Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Valdir Caetano, Zé Valdir, Berna Menezes e Roque Jacoby. Foi aprovado o nome do
Vereador Aldacir Oliboni para o cargo de 3º Secretário da Câmara Municipal de
Porto Alegre, por vinte e oito votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, este com Declaração de Voto,
Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio
Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano, Zé Valdir,
Berna Menezes e Roque Jacoby e tendo optado pela Abstenção o Vereador Cassiá
Carpes. Em continuidade, o Senhor Presidente declarou empossados os Vereadores
João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, respectivamente, nos cargos de 1º e 3º
Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
sobre o processo de votação das matérias destacadas referentes ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 036/01, com Veto Parcial. Em Votação Nominal, foi votado
destacadamente e rejeitado o inciso II do § 2º do artigo 1º do Projeto de Lei
do Legislativo nº 036/01, considerando-se mantido o Veto Parcial aposto a essa
matéria, por dezoito votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Marcelo Danéris, tendo votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Zé Valdir e Berna Menezes, tendo optado
pela Abstenção os Vereadores Dr. Goulart, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Nereu
D'Avila e Roque Jacoby e tendo o Vereador Sebastião Melo manifestado-se sobre o
processo de votação dessa matéria. Em Votação Nominal, foram votados destacadamente
e rejeitados os incisos I e V do § 2º do artigo 1º do Projeto de Lei do
Legislativo nº 036/01, considerando-se mantido o Veto Parcial aposto a essa
matéria, por dezoito votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, tendo votado Não os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Cassiá Carpes,
Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Zé Valdir e Berna Menezes e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Dr. Goulart, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Reginaldo
Pujol e Roque Jacoby. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01, considerando-se mantido o Veto Parcial
a ele aposto, por vinte e dois votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser discutido
pelos Vereadores Nereu D’Avila, João Antonio Dib e Reginaldo Pujol e
encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Zé Valdir e Berna Menezes e tendo optado pela
Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Roque Jacoby. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 129/01,
com Veto Total, que deixou de ser apreciado face à inexistência de quórum. Às
dezoito horas e dezoito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia e
Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu,
João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço ao Ver. João Carlos Nedel, hoje
secretário ad hoc da Mesa, pela
leitura das proposições apresentadas.
Passamos
à
O
Sr. Sady Soares Salatino, representando o Hospital Espírita de Porto Alegre,
está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.
O SR. SADY SOARES
SALATINO:
“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei da justiça, do amor e da
caridade em sua maior pureza.” Com essas palavras extraídas do “Evangelho
Segundo o Espiritismo”, iniciamos a nossa saudação. Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.)
Nos
últimos anos, estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde comprovaram
que, em diversas regiões do Brasil, as doenças mentais já são as maiores
responsáveis pela maioria dos problemas sanitários do País, sendo consideradas
as mais dispendiosas econômica e socialmente. Na verdade esses dados refletem o
que acontece no mundo inteiro com mais transtornos sendo vistos como uma das
maiores ameaças ao bem-estar social nos próximos anos. Porém, a dimensão e as
diversidades culturais, sociais e econômicas do Brasil tornam o enfraquecimento
desse problema e a busca por uma solução homogênea muito mais complicada e
distante da nossa realidade. Os resultados das pesquisas da Organização Mundial
da Saúde foram tão alarmantes que em 2001, o dia 7 de abril, Dia Mundial da
Saúde, foi dedicado ao tema das doenças mentais com o lema: “Excluir, não;
cuidar, sim!” Coincidência ou não, também em abril foi aprovada no País a Lei
Nacional de Reforma Psiquiátrica, uma tentativa de solucionar o problema da saúde
mental no Brasil. Essa lei é decorrente de um relatório inédito sobre a atual
situação dos manicômios e hospitais psiquiátricos do País; instituições
completamente diferentes entre si, mas que foram consideradas iguais para
efeitos da lei. Tal documento, apurado pelas assim chamadas “Caravanas
Nacionais de Direitos Humanos” um projeto da Câmara de Deputados, é resultado
da visitação não-técnica, mas política, de dezenas de instituições em sete
Estados brasileiros.
O
estado de miséria em que se encontravam a maioria das instituições e a maneira
arcaica como tratavam os seus internos foram suficientes para que as devidas
providências fossem tomadas pelos Poderes Legislativo e Executivo,
respectivamente.
Mas
qual a relação entre o Estado e o sistema de saúde atual, com todo o caos
encontrado nas instituições?
É
correto afirmar que, diante do descaso das autoridades, manicômios mal
conduzidos e administrados de forma equivocada produzem em boa parte desse
verdadeiro circo de horrores, com internações abusivas, enriquecimento ilícito
e, inclusive, maus tratos aos doentes.
Porém, generalizar o problema é desrespeitar
e dificultar ainda mais as instituições que mantém uma luta diária para
sobreviverem inseridas em um sistema de saúde precário. Um sistema que discrimina
a questão da saúde mental no País. Essas instituições são os hospitais
psiquiátricos injusta e erroneamente considerados iguais aos manicômios perante
a nova Lei da Reforma Psiquiátrica. Essa Lei foi criada, basicamente, para
efetuar a transição de um modelo de doenças mentais conhecido como
hospitalocêntrico-asilar para um modelo capaz de recuperar os doentes e
reintegrá-los à sociedade. Faz parte da implantação desse modelo, o
planejamento de acabar com os manicômios ou hospitais psiquiátricos, ainda que
esta mesma lei não apresente solução alguma para o destino de seus internos.
Mas, é
justamente quando se considera manicômios e hospitais psiquiátricos iguais
perante a lei, que se comete a maior injustiça.
É por
isso que este esclarecimento se faz necessário, pois tais instituições não
significam, em hipótese alguma, a mesma coisa.
Manicômios
são instituições que confinam seus internos, sem prestar tratamento adequado,
ou sequer garantir suas condições básicas de vida. Já um hospital psiquiátrico
é um a instituição que cuida de seus enfermos de maneira digna, aplicando
técnicas de tratamento indicadas e fazendo o possível para melhorar seus níveis
de atendimento, apesar de os recursos repassados pelo SUS não cobrirem e nem
serem suficientes para cobrir as despesas básicas em alimentação, medicação e
corpo de funcionários para que isso ocorra.
Essa
diferença crucial entre os dois tipos de instituições está sendo esquecida e,
fatalmente, as conseqüências serão sentidas pelos internos.
A
Lei Nacional de Reforma Psiquiátrica, sancionada no dia 6 de abril de 2001, tem
como objetivo proteger o direito dos portadores de transtornos mentais e
transformar o modelo assistencial de saúde mental. Se, por um lado, isso é um
esforço louvável e bem intencionado, em contrapartida, encontraremos lacunas e
questões bastante preocupantes no que diz respeito ao seu efeito nas
instituições e, principalmente, na vida dos internos.
E
nós, no Hospital Espírita de Porto Alegre, nos perguntamos:
Com
o fechamento dos hospitais psiquiátricos, qual será o destino dos pacientes
internos e de todos aqueles que demandam por assistência hospitalar?
A
extinção das instituições especializadas, não é, de certa forma, um preconceito
contra os doentes mentais?
Não
seria mais correto trabalhar primeiro os doentes, buscando reintegrá-los à
sociedade para depois se tomar qualquer providência em relação aos hospitais?
Não
seria mais inteligente concentrar esforços na recuperação global do sistema de
saúde do País, e assim, conseqüentemente, recuperar os demais setores, como o
da saúde mental?
Esses
questionamentos permanecem sem resposta e consolidam a idéia de que talvez os
governantes estejam se precipitando ao colocar em vigor a Lei da Reforma
Psiquiátrica. E é por isso que a cobrança por uma aproximação e um
aprofundamento maior a respeito do problema da saúde mental no País, a partir
dessas pessoas, se faz necessária.
Mas
parece que as instituições estão perdendo a corrida contra o relógio e já
começam a temer pelo futuro de seus internos. E, à medida que o tempo se
esgota, anos e anos de esforço contínuo contra o encerramento de suas
atividades vão desaparecendo no espaço, de maneira aparentemente inapelável.
Entre
estas instituições, lutando diariamente para manter-se vivo e agora clamando
pelo bom senso dos políticos e demais pessoas envolvidas com a Lei da Reforma
Psiquiátrica, está o nosso Hospital Espírita, uma instituição com décadas e
décadas de atuação, agora ameaçado por uma Lei confusa, cujo efeito colateral
pode prejudicar ainda mais o já precário estado em que se encontra o sistema de
saúde mental em nosso País.
O
nosso Hospital chama-se Espírita por ter sido criado a partir de reuniões e
discussões de um grupo de espíritas sobre como defender o crescente número de
pessoas carentes com problemas mentais no Estado. Isso ocorreu em 1912, quando
somente podiam ser atendidas pelo poder público, pessoas que tivessem algum
respaldo de instituições oficiais. O sonho se concretizou, somente quatorze
anos depois, no Natal de 1926, com o Hospital sendo oficialmente instituído. Em
1941, o Hospital Espírita de Porto Alegre transferiu-se para o seu atual
endereço, no bairro Teresópolis, fruto da crescente demanda de pacientes.
O
Hospital Espírita de Porto Alegre foi criado com o objetivo de prestar
assistência da melhor qualidade em saúde mental, com atendimento
multidisciplinar, preparando os pacientes para o retorno ao convívio da família
e da sociedade.
Mesmo
na atual situação do sistema de saúde mental do Brasil, o Hospital vem lutando
e sobrevivendo diariamente, apoiado na persistência de diretores e ainda outros
voluntários, no esforço e dedicação de seus profissionais e na importante
contribuição da comunidade.
O
Hospital Espírita de Porto Alegre acompanha e está engajado na campanha da Organização
Mundial da Saúde: cuidar sim, excluir não.
Através
de uma equipe composta por psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes
sociais, terapeutas-ocupacionais, nutricionistas e recreacionistas, contando
com serviços como emergência, ambulatório, hospital-dia, internação integral e
unidade para atendimento de dependência química, o Hospital faz o possível para
oferecer um tratamento de qualidade e a superação diária de seus níveis de
atendimento. Mesmo enfrentando enormes dificuldades, o nosso Hospital
transformou-se em um importante referencial no tratamento da saúde mental no
Rio Grande do Sul.
A
importância de nosso hospital é traduzida pelos seus indicadores sociais, pois
hoje temos quatrocentos e sessenta e quatro leitos em disponibilidade, sendo
que mais de 80%, pasmem Srs. Vereadores, desses leitos encontram-se
disponibilizados para o SUS, o que nos torna o maior hospital psiquiátrico do
Estado. Setenta por cento dos pacientes provém da Capital e da Região
Metropolitana e trinta e um dias é a taxa média de permanência dos pacientes em
nossas unidades de internação.
São,
portanto, quatrocentos e vinte e um funcionários mobilizados vinte e quatro
horas por dia para oferecer um atendimento de qualidade, ainda que enfrentando
a carência de recursos e quase que a indiferença por parte dos responsáveis
pela saúde mental pública no Estado.
Mesmo
com toda a importância do Hospital para o Rio Grande do Sul, os problemas
enfrentados são imensos.
Como
já se disse, o gasto do Hospital por paciente/dia, por exemplo, é bem maior do
que o valor repassado pelo SUS. O sistema repassa um valor muito menor do que o
custo médio por paciente - exatamente 23 reais e 78 centavos/dia por paciente
-, que, no caso do nosso Hospital, é de 39 reais/dia por paciente.
Como
se vê, o sistema de saúde destina o mínimo de verba através do SUS para um
problema que vem tomando proporções cada vez maiores.
Com
isso, sua situação financeira tornou-se crítica e cada dia que passa é uma nova
batalha que o Hospital enfrenta por sua sobrevivência e pelo futuro de seus
pacientes.
Ainda
que contando com doações que ajudam na manutenção diária do Hospital, continua
sendo complicado garantir a continuidade do funcionamento da instituição da
maneira que se planeja. Mas, em relação aos pacientes internos, não falta força
de vontade e determinação por parte do Hospital para oferecer sempre o melhor
que pode: uma digna qualidade de vida e um melhor atendimento.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Sr. Sady, solicito que o Senhor conclua,
porque o seu tempo já se esgotou, por favor.
O SR. SADY SALATINO SOARES: Perfeito. Mas a maior dificuldade ainda
é a ameaça que a Lei Nacional de Reforma Psiquiátrica significa. Essa Lei
comparou o Hospital Espírita a um manicômio – entenda-se depósito de doentes –,
não levando em conta seu histórico e os serviços prestados à comunidade ao
longo dos seus setenta e cinco anos de idade.
Com
a dignidade que têm aqueles que lutam ao lado da verdade e da justiça, mais uma
vez, reafirmamos os nossos objetivos, que são os mesmos que nortearam os
fundadores da nossa Instituição: fazer a prática viva da caridade cristã.
É
por essa razão, Srs. Vereadores - nós ainda teríamos mais alguma coisa –, que
desejamos que os Senhores ouçam a voz da consciência e preparem-se para trabalhar
para que o nosso Hospital Espírita permaneça atendendo aos pacientes, porque
setenta e cinco anos de luta, de sacrifícios, não devem morrer em vão. Muito
obrigado, senhores, e que Deus os abençoe! (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço a participação do Sr. Sady
Soares Salatino na nossa Tribuna Popular e o convido, juntamente com o
Presidente, José Jorge da Silva, a fazer parte da Mesa.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares
no período de 10 de abril de 2002.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt, e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, Dr. José Jorge, Presidente do Hospital Espírita, e Dr. Sady Soares
Salatino, Vice-Presidente, eu até fiz questão de me levantar, Sr. Presidente,
pelo respeito que tenho por essa instituição, não que com isso eu vá desmerecer
os Srs. Vereadores que também usarão dois minutos conforme determina o nosso
Regimento.
Há
alguns anos nós conhecemos o que representa o trabalho do Hospital Espírita
para a sociedade brasileira e deste Estado, inclusive, no dia de ontem,
estivemos com o Dr. Maurício, Diretor-Administrativo do Hospital, que nos
colocou a situação do Hospital Espírita. Ainda, Sr. Presidente, existem alguns
segmentos que condenam e acham que um hospital tipo o Hospital Espírita tem que
fechar as suas portas.
Agora,
eu pergunto às pessoas que nos assistem hoje no Plenário e às pessoas que nos
assistem pelo canal 16 da TV Câmara:
são quatrocentos e quarenta leitos no Hospital, mas para se conseguir uma vaga
a pessoa tem que esperar vários dias na fila, porque o Hospital está sempre
lotado; assim mesmo o Hospital recebe, por decisão judicial, uma média de
sessenta e quatro pacientes mensais. Vejam V. Ex.ªs que se trata de
um hospital que ainda hoje consegue atender e permanecer com as suas portas
abertas pela luta da sua direção; a maioria deles trabalha gratuitamente.
Então, fica aqui este alerta aos órgãos competentes para que olhem com mais
responsabilidade, pelo que representa o Hospital Espírita para a sociedade
brasileira.
Eu
falo em nome da minha Bancada, a do PDT, formada pelos Vereadores Isaac
Ainhorn, Nereu D’Avila, Dr. Goulart, João Bosco Vaz e, claro, o nosso querido
Presidente José Fortunati. O nosso abraço, nosso carinho e a nossa saudação a
toda essa direção heróica do Hospital Espírita. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
queremos cumprimentar o Sr. Sady Soares Salatino, que é Vice-Presidente, e que
foi o orador, mas também queremos cumprimentar o Presidente, Dr. José Jorge,
que é uma pessoa magnífica e que, em um determinado tempo, nos recebeu de uma
maneira muito nobre, muito gentil, lá no Hospital Espírita, onde tivemos a
oportunidade de visitar e conhecer tudo aquilo que se referia ao Hospital,
juntamente com o Dr. Lauro Varella, que naquela época também fazia parte da
direção.
Somos
testemunhas do trabalho magnífico prestado pelo Hospital Espírita. Mas não é
isso que está em jogo aqui nessas palavras pronunciadas, nesta Câmara, pelo Sr.
Sady. O que está em jogo é exatamente essa Lei da Reforma Psiquiátrica. É muito
mais do que somente a existência do Hospital Espírita. É na verdade o
tratamento que se dá hoje a todos os doentes psiquiátricos do Brasil, porque,
afinal de contas, essa Lei está hoje imperando em todo o território nacional.
Há
bem pouco tempo, foi denunciado que os pacientes psiquiátricos que hoje vão
procurar remédios – os remédios mais insignificantes - nos postos de saúde não
encontram esses remédios. Por isso mesmo, encontram-se constantemente em surto,
precisando de hospitais. Isso faz com que cada vez mais essa instituição do
Hospital Espírita se torne realmente importante. Mas não apenas o Hospital
Espírita; é bom que os Vereadores desta Casa façam essa perfeita distinção que
o Sr. Sady Soares Salatino fez da tribuna: o que é um manicômio, que é na
verdade um depósito simplesmente de doentes psiquiátricos, e o que é um
hospital psiquiátrico, que é o caso do Hospital Espírita, que se preocupa em
tratar bem e poder conduzir esse doente psiquiátrico para que ele possa
conviver bem com a sociedade.
Então,
quero, mais uma vez, saudar a vinda do Sr. Sady, do Sr. José Jorge aqui no
nosso Plenário, dizendo que é missão desta Câmara, desta Casa, ajudar na luta
destes homens para que essa Lei da Reforma Psiquiátrica possa receber algumas
modificações e uma interpretação diferente da que é dada hoje. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, José Fortunati, Srs.
Vereadores, Sr. José Jorge, Sr. Salatino, e, lembrando do colaborador dos senhores,
Sr. Lauro Varella, que tem lutado por essa instituição, quero dizer, como único
médico eleito nesta Legislatura, que estou atento a essa reforma psiquiátrica,
que deverá ser muito discutida antes de ser implantada no Brasil.
Algumas
correntes progressistas, no mundo, em países mais adiantados, tentaram terminar
com os hospitais espíritas, num debate confuso sobre o que é manicômio e o que
é hospital espírita. Não funcionou nos Estados Unidos, não funcionou na Itália,
nem em outros locais.
Não
se pode discutir o hospital psiquiátrico sem antes saber qual o destino que
será dado aos diferentes. É bem verdade que o mundo todo tem ainda se espelhado
na nau dos insensatos, aquele navio que corria os rios da Europa com as pessoas
consideradas ensandecidas, enlouquecidas, para que fossem varridas da
sociedade, para que desaparecessem da sociedade.
Agora,
devolver para as famílias as pessoas em franca crise é um problema de solução
abasto contraditória. Enquanto não se discutir qual o destino que se vai dar para
os diferentes na sociedade, para as pessoas que não são iguais às outras na
sociedade, na sua maneira de pensar, não se pode discutir o fim do hospital
psiquiátrico. Com o manicômio, o local onde as pessoas são mais maltratadas, os
Direitos Humanos podem se preocupar. Nossa luta, nesse momento, é no sentido de
ajudar o único hospital psiquiátrico que temos no Estado do Rio Grande do Sul.
O Hospital que garante o atendimento, por um tempo médio de trinta dias, para
as pessoas de Porto Alegre e do interior. Longa vida para esse tipo de
instituição, longa vida para o grande Hospital Psiquiátrico Espírita! Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Aldacir Oliboni está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Vice-Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre, Sady Soares Salatino, é
com satisfação que o Partido dos Trabalhadores e o PSB, Partido Socialista
Brasileiro, por seu Líder, o Ver. Carlos Alberto Garcia, que também faz a sua
referência em relação ao tratamento, à atenção integral à saúde mental, que nós
ouvimos também aqui manifestações no que se refere à reforma psiquiátrica.
Faço
aqui a leitura do que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul pensa em relação
à reforma psiquiátrica, que foi instituída pela Lei n.º 9.716, de 7 de agosto
de 1992, Lei Estadual, sendo, na época, Governador do Estado, o Collares. Lê:
“Essa Lei estabelece a substituição dos leitos psiquiátricos em hospitais
psiquiátricos por uma rede de atenção integral à saúde mental. Essa rede
compõe-se de serviços de ambulatórios de saúde mental e atenção básica,
serviços especializados, oficinas terapêuticas, serviços residenciais
terapêuticos, leitos psiquiátricos, hospital-geral e hospital-dia. Hoje, no Rio
Grande do Sul, nós temos quatrocentos e vinte e cinco Municípios com ações, ou
serviços especializados, assim distribuídos: trezentos e doze Municípios com
saúde mental na atenção básica; setenta e dois Municípios com saúde mental e
ambulatórios-gerais; e quarenta e um Municípios com serviços especializados.
Existem mil quatrocentos e setenta e um leitos em hospitais psiquiátricos, e
trezentos e noventa e oito leitos psiquiátricos em hospitais-gerais.
É
importante salientar que o Hospital Espírita de Porto Alegre tem tido inúmeras
dificuldades para angariar recursos, tanto do Governo Estadual quanto do
Federal. É oportuna a vinda à Tribuna Popular e é oportuno salientar hoje que
os recursos vindos do Governo Federal, de 23 reais a diária por paciente
baixado, sem dúvida não comportam a situação com que hoje ele convive.
Portanto, é importante lembrar que não depende só do Governo do Estado ou do
Município, mas também de um aporte financeiro do Governo Federal, para poder
amenizar o sofrimento da população que, sem dúvida, se deve encontrar com
inúmeras dificuldades. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PPS, queremos saudar o Sr.
Sady Soares Salatino e o Sr. José Jorge, do Hospital Espírita de Porto Alegre,
presentes nesta Casa hoje. Para nós, constitui-se num motivo de satisfação
receber uma entidade que, desde 1912, prestou assistência às pessoas
desassistidas na área dos distúrbios mentais; uma entidade que atende
aproximadamente 80% de pacientes do SUS, a parcela da população que tem mais dificuldade
de acesso aos serviços de saúde.
Nós
temos acompanhado a discussão nacional das legislações sobre a questão dos
manicômios. Acho que as informações que o senhor trouxe a esta Casa, fazendo a
diferença entre essa instituição e os hospitais psiquiátricos, nos permitem a
construção de um raciocínio muito mais aproximado sobre uma realidade que a
sociedade brasileira enfrenta pelo descaso na área da saúde e pelo preconceito
no que se refere à saúde mental.
Acho
que nós, os Vereadores, a partir desses esclarecimentos, poderemos, inclusive
com mais segurança, nos dedicar à luta que os senhores e o conjunto da sua
instituição têm travado na nossa Cidade e no nosso Município. Parabéns ao
Hospital Espírita de Porto Alegre e ao esforço dos seus profissionais das
diversas categorias para que ele possa suprir a lacuna do Estado - muitas
vezes, a omissão do Estado -, permitindo que pessoas desassistidas tenham,
enfim, acesso à saúde mental. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, a nossa saudação ao Sr. Sady Soares Salatino, Vice-Presidente
do Hospital Espírita de Porto Alegre, e ao Sr. José Jorge da Silva, Presidente
daquela instituição.
Queremos
dizer do nosso reconhecimento ao trabalho que vem sendo feito pelo Hospital
Espírita, pois nós, que giramos nas vilas com a população mais excluída, temos
ali a informação da importância do trabalho, a esses mais desassistidos, que o
Hospital Espírita tem amparado. Queremos dizer que entendemos que ele
desenvolve um trabalho completamente diferenciado do que são os manicômios
asilares, e assim por diante. Ao mesmo tempo, nós temos o entendimento de que a
Lei n.º 10.216, sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais, é um avanço da sociedade brasileira e mundial no
tratamento da questão. Acreditamos que ela não atingiria o Hospital Espírita
por esse tratamento diferenciado. Chamamos a atenção para que, tanto no art.
3.º como no art. 10.º, está prevista a prestação de atendimento em
estabelecimento de saúde mental, ainda que a Lei também oriente no sentido da
busca da não-segregação da pessoa acometida de transtorno mental, para evitar a
situação que os manicômios e os asilos criaram: assim como se fazia antes com
os leprosos, colocá-los à margem da sociedade.
Mas
não me parece que ela exclua o tratamento num estabelecimento especializado;
simplesmente, no seu artigo 2.º, ela coloca, em seus nove incisos do parágrafo
1.º, determinadas condições que esses estabelecimentos devem cumprir.
Estamos,
de toda forma, à disposição da direção, dos funcionários e de todos aqueles que
sustentam o Hospital Espírita para que, em eventuais problemas que surjam na
aplicação da Lei – às vezes, uma aplicação inadequada -, possamos contribuir,
para resgatar tão importante entidade de atendimento à saúde. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
nos termos do artigo 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Sady Soares Salatino, Vice-Presidente dessa extraordinária e grande entidade;
Sr. José Jorge, Presidente do Hospital Espírita, em meu nome e em nome do Ver.
Fernando Záchia, dou as boas-vindas a esta Casa e quero dizer que essa
instituição faz parte, não da história de Porto Alegre, mas da história do Rio
Grande do Sul. Ela é muito cara, Sr. Salatino, para milhares de pessoas que,
infelizmente, acometidas por doenças mentais, diariamente, nesta Cidade, neste
Estado, procuram essa entidade, que atende aos pobres, aqueles que não têm
dinheiro e não têm plano de saúde, aqueles que buscam, às vezes, nas
madrugadas, nas noites indormidas, nos finais de semana, esta entidade.
Os
Governos têm sido extremamente duros com esta entidade. Nós acompanhamos, há
muito tempo, a peregrinação. Lembro-me muito bem que, no Governo anterior do
Estado, foi votada uma verba, pela Assembléia Legislativa, para investimento
naquela instituição, merecidamente, sendo que a instituição até hoje aguarda
esse dinheiro não-liberado. Lembro-me muito bem daquelas longas reuniões de
Secretários, de toda aquela peregrinação.
É
evidente que o senhor traz aqui uma questão maior, já colocada, que é a questão
da diferenciação do trabalho do Hospital Espírita com os manicômios
judiciários, que também é uma questão de pano-de-fundo importante. Mas, não
posso deixar de resgatar também essas outras questões.
Então,
nós, da Bancada do PMDB, queremos ser agentes, junto com essa entidade, com
todos os seus associados, com todos aqueles que colaboram, pois ela, sendo a
entidade que é hoje, conta muito pouco com o recurso do Poder Público,
lamentavelmente; ela ainda sobrevive pela solidariedade das pessoas. Então, um
abraço muito fraterno, e que nós possamos, nesta Casa, como em todas as outras
demais instâncias, poder dar vida a essa instituição que salva vida e que
trabalha por vida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos agradecer a presença honrosa
entre nós do Presidente do Hospital Espírita de Porto Alegre, Dr. José Jorge da
Silva, meu colega bancário do Banco do Brasil, e também do Vice-Presidente do
Hospital Espírita de Porto Alegre, Sr. Sady Soares Salatino. Esta Presidência
agradece a S. S.ªs pela presença, afirmando que esta Casa, com toda
a certeza, continuará preocupada com o destino do Hospital Espírita, uma
instituição que tem prestado um serviço secular da maior importância para todos
os gaúchos.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h59min.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às
15h01min): Reabrimos os
trabalhos da presente Sessão.
Comunicamos
à Casa que o Ver. Paulo Brum está representando esta Câmara Municipal na Sessão
Solene em comemoração ao 13.º Ano de Fundação da Associação Santanense do
Deficiente Físico, que está sendo realizada, hoje, na Câmara Municipal de
Vereadores da cidade de Santana do Livramento.
Passamos
à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1068/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Praça Padre Nebrídio Bolcato um logradouro
público não-cadastrado, localizado no
Bairro Partenon.
PROC.
1150/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/02, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que inclui parágrafo único no art. 1º da Lei
Complementar nº 332, de 2 de dezembro de 1994, que determina a obrigatoriedade
da colocação da numeração predial em local visível.
PROC.
1179/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que revoga a Lei nº 6.944, de 26 de novembro de 1991,
que isenta do pagamento do ISSQN as Cooperativas que se enquadrarem nos seus
dispositivos.
PROC.
1212/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 062/02, de autoria do Ver. Paulo
Brum, que altera a Resolução nº 1.233, de 3 de
maio de 1994, alterada pela Resolução nº 1.345, de 26 de junho de 1997,
que institui o Prêmio de Educação Thereza Noronha.
PROC.
1202/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia,
que autoriza a inclusão do evento Feira da Catedral no Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
1204/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dom Hélder Câmara um
logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
1235/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/02, que autoriza a implantação do Complexo
Pista de Eventos no Porto Seco, modifica a Lei Complementar nº 324/94 e dá
outras providências.
PROC.
1238/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/02, que autoriza a venda de áreas de
propriedade do Município de Porto Alegre, situadas no Parque Industrial da
Restinga e revoga a Lei nº 7524, de 19 de outubro de 1994.
PROC.
1239/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 025/02, que define Regime Urbanístico para a Vila
Jardim Renascença, instituída como AEIS II pela Lei nº 8.150/98 e dá outras
providências.
PROC.
1275/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Fúlvio Bastos um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.
PROC.
1214/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 063/02, de autoria do Ver. Paulo Brum, que altera a redação do § 2º
do art. 1º da Resolução nº 1.427, de 28 de setembro de 1999, alterada pela
Resolução nº 1.471, de 5 de junho de 2000. (outorga de troféu)
PROC.
1225/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Eliza Tevah um logradouro
cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema.
PROC.
1226/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Azise Pedro Falcão um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema - II Etapa.
PROC.
1227/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Rodolpho Espinoza um logradouro
público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema - II Etapa.
PROC.
1228/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua José Antonio Chaise (Tom) um
logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema - II
Etapa.
2ª SESSÃO
PROC.
1127/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/02, de autoria do Ver. Luiz Braz, que define como Taxa o tributo cobrado pela prestação
dos serviços de distribuição de água e captação de esgotos sanitários no
Município.
PROC.
1236/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/02, que modifica as especificações da classe
de cargos de provimento efetivo no Departamento Municipal de Água e Esgotos e
dá outras providências.
PROC.
1237/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/02, que autoriza o Poder Executivo Municipal
a contratar operação de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES, para financiamento do Projeto Centro - Reestruturação do Subsistema Circular
Carris.
PROC.
1240/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/02, que cria o Fundo Monumenta Porto Alegre e
dá outras providências.
PROC.
1253/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 028/02, que revoga a Lei nº 4.863, de 18 de
dezembro de 1980. (Clube de Patinadores Tangarás)
PROC.
1254/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 029/02, que revoga a Lei nº 5.791, de 29 de
outubro de 1986. (Grêmio Beneficente de Inativos da Brigada Militar)
3ª SESSÃO
PROC.
0875/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/02, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que dispõe sobre a proibição de venda de adesivos
que simulam perfurações à bala.
PROC.
0966/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/02, que declara de utilidade pública a
entidade "Centro Social O Samaritano - CESOS".
PROC.
0968/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/02, que declara de utilidade pública a
entidade "Associação de Cegos Louis Braille - ACELB".
PROC.
1105/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/02, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
altera a Lei nº 8.192, de 17 de julho de 1998, que obriga as agências
bancárias, no âmbito do Município, a colocar à disposição dos usuários pessoal suficiente
no Setor de Caixas, para que o atendimento seja efetivado em tempo razoável.
PROC.
1116/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Sargento Ronaldo B. Machado um
logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.
PROC.
1117/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 045/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Maria Elaine Wotter um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
1118/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Maria Luiza Fettermann um logradouro público não cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
1139/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 049/02, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que
dispõe sobre a distribuição de publicações e similares por órgãos do Executivo
Municipal de Porto Alegre.
PROC.
1152/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 051/02, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Rua José Pedro Boéssio um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Humaitá.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Solicito ao Ver. Reginaldo Pujol que
assuma a presidência dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com a palavra o Ver. João Antonio Dib para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, riquíssima a Pauta no dia de hoje! Trinta
projetos para serem examinados. Só que na Ordem do Dia têm setenta, fora os
oito Vetos. Esses oito Vetos, pela análise do que está acontecendo até agora,
penso que vai até a metade do mês que vem. Estamos atrapalhados mesmo. Mas, na
realidade, eu preciso falar da segunda-feira. Penso eu que, na segunda-feira,
não estava muito claro nos meus conceitos, nas minhas colocações, que são absolutamente
simples. E o simples, como diz o Ver. José Valdir, é difícil de ser entendido.
Na realidade, eu fiz uma colocação aqui e quero, em primeiro lugar, dizer que
política, para mim, é a realização do bem comum e que em política se exige
coerência. E eu sou coerente. Fiz a análise do Projeto do nobre Ver. Luiz Braz,
que deseja que o DMAE não tenha mais tarifa, e sim taxa de água. É um direito
do Vereador apresentar o Projeto de Lei, e a análise que eu fiz é que ele
deveria ser muito bem estudado por todos os Vereadores. Nem fiz a minha
colocação. Neste momento, já que eu fui mal-entendido, que eu teria dois
discursos: um para a oposição, outro para a situação. Eu só tenho uma posição.
Eu disse, muitas vezes que, nesta tribuna, eu falaria sempre como quando fui
Prefeito ou Secretário; nunca seria diferente. Hoje vou dar minha colocação. Eu
acredito que é tarifa mesmo. Fui Diretor do DMAE por duas vezes, e usamos a
tarifa. A Câmara discutiu, há trinta anos - eu era Assessor-Engenheiro, por
isso, não estava aqui, mas acompanhei o debate -, chegaram à conclusão que era
tarifa. Mas o Ver. Luiz Braz estudou. Ele é advogado; eu sou engenheiro. Eu
disse que tínhamos de analisar bem.
O
Ver. Estilac Xavier também não entendeu o que eu disse. Eu disse que o Prefeito
Tarso Fernando, nas últimas horas, acelerou a máquina e trouxe uma porção de
projetos, que deveria ter trazido antes. Eu disse que se fizesse justiça lá no
DMAE sobre os cargos de Técnico de Tratamento de Água e Esgoto. Ele deveria ter
trazido antes, mas não tinha tempo e veio na última hora trazer para nos
impressionar.
O
Ver. Adeli Sell ficou bravo comigo, porque eu falei do Projeto Monumenta. Antes
de mandar o Projeto criando o fundo, o Monumenta já estava distribuído, mas não
foi trazido ao conhecimento da Casa do Povo de Porto Alegre. Hoje não vou poder
conceder o aparte ao Ver. Adeli Sell, o que sempre faço com muito carinho, mas
preciso fazer algumas análises.
O
Prefeito acelerou e mandou a pista de eventos, a alteração na área industrial
da Restinga.
Esta
Casa tem setenta prêmios. O Ver. Paulo Brum quer mudar as regras do jogo. O
Prêmio Teresa Noronha, dado uma vez por ano, ele quer que se retire que é uma
vez por ano. Alguma coisa que tem peso, ele quer que se retire o peso, então
vamos dar para todo mundo! E no outro ele também deseja alterar: é o Prêmio de
Honra ao Mérito, que anualmente pode ser dado a duas pessoas; ele quer que se
dê para todo mundo. Ora, acho que honra ao mérito é alguma coisa difícil de se
conseguir. Vemos os grandes prêmios que o mundo distribui e não são assim em
grandes quantidades. Quem sabe também fazemos uma indicação para que o Prêmio
Nobel seja dado para quatrocentas e oitenta e nove pessoas, porque aí pode ser
que peguemos algum porto-alegrense. Então, acho que temos leis demais; acho que
temos prêmios demais, não temos nem tempo de entregar os prêmios, e agora tem
gente querendo dar mais e mais, até para desvalorizar alguma coisa boa que já
existe.
Fiquei
feliz quando se fez uma alteração no Regimento que o Vereador podia dar só uma
vez ao ano o Título de Cidadão de Porto Alegre ou Cidadão Emérito, um ou outro,
porque, antes, se dava em quantidade, desvalorizava-se aquele prêmio que alguém
teoricamente receberia. Sr. Presidente, eu vejo que ultrapassei o meu tempo e
agradeço a V. Ex.ª pela tolerância. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Nós é que agradecemos a V. Ex.ª, que
procura sempre cumprir com o Regimento da Casa a respeito do uso da tribuna.
Saúdo com satisfação especial, o que já deve ter sido feito pelo Presidente da
Casa, mas quero somar às manifestações anteriores a minha alegria pessoal de
ter novamente conosco na Casa o Ver. José Valdir. Seja bem-vindo no retorno.
Dizem que ninguém se perde na volta, e V. Ex.ª não vai quebrar o adágio
popular.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Reginaldo Pujol, presidindo os
trabalhos, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, na segunda-feira,
realmente, quebrei uma regra que estabeleci para mim mesmo. Discuto sempre no
campo das idéias, não ataco as pessoas na sua individualidade e acho que fui
grosseiro com o Ver. João Dib, por isso quero desculpar-me com o Ver. João Dib
pelas minhas palavras de segunda-feira. Mas quero dizer ao Ver. João Dib,
também, que ele já disse várias vezes que jurou obedecer à Lei Orgânica, à
Constituição, porque, afinal de contas, é o que fazemos quando tomamos posse em
nosso mandato como Vereador.
Ver.
João Antonio Dib, eu sei que V. Ex.ª afirma sempre que a água ou outros
serviços medidos têm de ser cobrados por intermédio da tarifa, mas eu quero que
V. Ex.ª faça uma leitura correta do que consta no art. 145 da Constituição: “A
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seus
tributos.” E aí no inc. II consta: “Taxas, em razão do exercício do poder de
polícia ou pela utilização efetiva ou potencial” - que é o caso, por exemplo,
da água – “de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição.”
A
nossa Lei Orgânica, que foi feita, é claro, após a Constituição, no art. 111,
traz uma definição, que não é a definição mais correta, mas eu vi aqui que o
legislador não quis também ficar alheio àquilo que consta na nossa Constituição,
e no art. 111 consta o seguinte: “Sempre que houver discrepância em percentual
a ser fixado em lei complementar, entre períodos consecutivos de medições de
serviços cobertos por taxas ou tarifas, cabe ao Município o ônus de comprovar
que o serviço...”
Taxas
ou tarifas? O que são tarifas na verdade, Vereador? Tarifas são todos os
serviços públicos prestados aos contribuintes, aos munícipes, que podem ser ou
não aderidos pelo contribuinte. Existe o serviço público, é o caso do ônibus,
por exemplo, existe o serviço que é prestado. O usuário usa se quiser, porque
se ele não quiser, ele pode utilizar o carro, ele pode ir a pé ou de bicicleta.
Então, nesse caso, quando é possível fazer um contrato, se o cidadão quiser,
nós temos a tarifa e, se ele for obrigado, se for obrigatório, aí nós temos a
taxa. É por isso que este livro aqui, que é o Curso de Direito Constitucional
Tributário, que tem como autor um dos mais importantes tributaristas que nós
temos hoje em dia no Brasil, que é o Roque Antônio Carrazza, ele menciona o
seguinte, em um dos trechos do seu livro, na página 459: “Se o legislador
quiser fazer ressarcir pelos usuários serviços públicos específicos e
divisíveis, efetivamente prestados ou postos à disposição, só poderá fazê-lo
por meio de taxa”, de serviço, no caso. Este aqui é um dos principais
doutrinadores que nós temos no País, no dia de hoje.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, eu disse a V. Ex.ª que a minha opinião é a
tarifa, e é a posição que eu tenho, porque, em 1969, esta Casa concluiu que era
tarifa, aceitou que era tarifa, e eu, duas vezes, fui Diretor do DMAE e usei
tarifa. Não posso agora, porque não estou no DMAE, porque eu não estou no
Executivo, entender que é diferente. Agora, como eu pedi que fosse
profundamente estudado, talvez eu até mude de opinião. Mas, por enquanto, a
minha opinião tranqüila e sincera é tarifa.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu compreendo V. Ex.ª, só que V. Ex.ª
está falando em 1969. Mas, mesmo assim, naquela época, nós já tínhamos
diferenças entre taxas e tarifas, mas não tínhamos ainda definições perfeitas.
A Constituição de 1988 dá uma definição perfeita do que é uma taxa e diz que
sempre que nós temos um serviço colocado à serviço da população e que este serviço
seja divisível ele tem que ser cobrado por meio de taxa. Ele é peremptório, ele
não deixa, na verdade, nenhuma dúvida. A nossa Lei Orgânica deixa uma margem de
dúvida, mas ela não pode fugir também daquilo que estipula a Constituição,
porque a Constituição tem um capítulo todo que regula os tributos em todo o
território nacional. Esse capítulo dos tributos, todos eles, estão regulados
por meio da nossa Constituição. Então, a nossa Constituição quando fala sobre
taxas é peremptória, é todo o serviço público colocado à disposição da
população e que possa ser divisível. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Realmente, nós estamos com uma Pauta recheada e ela promete ainda mais, logo
ali na frente, quando nela começarem a constar especialmente os Projetos do
DMAE, que fazem profundas modificações naquela instituição, que criam uma
enormidade de cargos, e acho que esta Casa inclusive vai ter de pensar numa
Comissão Especial sobre essa matéria. Mas, dos Projetos aqui listados, eu quero
começar pelo Projeto do nobre Ver. Adeli Sell, que procura, aqui, tirar a
isenção das cooperativas de serviços da Cidade, que até então estão isentas do
Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza. Eu acho, Ver. Adeli Sell, que é
momento de esta Casa e o Governo, mas especialmente desta Casa, fazerem um
grande debate sobre a questão dos tributos em Porto Alegre. Nós não podemos
mais, na nossa avaliação, tratar isso de forma isolada. Eu acho uma contradição
bárbara, por exemplo, querer tirar a isenção das cooperativas, que temos de
discutir, mas a Prefeitura, por exemplo, não está cobrando, com eficiência, o
ISSQN do sistema financeiro. Ontem, ficou escancarado na Comissão de Economia e
Finanças que o Governo havia mentido para esta Casa e mentido para a imprensa,
pois a Lei n.º 311, que envolve todo o sistema financeiro, de 94 até 2002, a
Prefeitura não arrecadou sequer um centavo, meio centavo. Então, é preciso que
nós façamos uma avaliação do conjunto da questão tributária, porque, antes de
isentar ou de tirar a isenção, eu acho que temos de cobrar bem, eficientemente,
de quem pode pagar. Portanto, penso que é um Projeto que vai dar um bom debate,
e já quero dizer que, de pronto, a nossa Comissão de Economia vai poder
produzir um bom debate sobre esse Projeto.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Ex.ª bem sabe, bem conhece a minha opinião sobre tributação: sou
pela justiça fiscal, pela isonomia tributária. Por isso, por exemplo, há um
projeto de minha autoria em várias Comissões. Estava conversando agora com o
Ver. Marcelo Danéris: Se a publicidade, em todos os lugares, é paga, por que
não é paga na internet, que está ganhando muito dinheiro, muitíssimo dinheiro?
Eu quero que pague.
Cooperativas.
Foi feito, num determinado momento, para ajudar as cooperativas decentes,
honestas; agora há quinhentas cooperativas na Cidade, tudo falcatrua, tudo
farsa, tudo “gatoperativa”, que, de fato, são empresas de fachada. Nós temos de
combater isso. Então, isenção não! Todo mundo paga igual! Se a taxa for muito
alta, baixamos e fazemos concorrência leal. Eu estou pronto a fazer debate em
qualquer circunstância, apesar de discordar, e inclusive, depois, vou debater a
nota que V. Ex.ª tirou a partir da reunião de ontem. Eu acho uma lástima.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Mas então V. Ex.ª concorda com a nossa
tese, Ver. Adeli Sell: que há de se discutir a matéria como um todo e não
apenas as cooperativas? Eu quero discordar de V. Ex.ª, porque, se existem
algumas cooperativas que não estão cumprindo com o seu mandamento, também é
verdade que existem cooperativas, nesta Cidade, compostas por cooperativados
sérios e, aliás, algumas, eu diria até, que trabalham para o Poder Público
Municipal, tendo uma parceria com o Poder Público há muito tempo nesta Cidade.
Então, por favor, não vamos nivelar. Eu poderia, também, dizer que há muitas
prestadoras de serviços que não têm cumprido com os seus encargos sociais, e
não têm, às vezes, recolhido o ISSQN nesta Cidade. Eu não vou nivelar todo
mundo. Eu acho que há boas prestadoras de serviços, como há más prestadoras de
serviço. Como também acho que existem boas e más cooperativas.
A
segunda questão, que também está em Pauta, é que esta Casa não pode votar este
Projeto, Ver. Luiz Braz, da pista de eventos sem um amplo debate com os setores
envolvidos, especialmente os carnavalescos. Acho que é uma reivindicação antiga
da Cidade, não há o que se discutir; ninguém nesta Casa é contra, pelo
contrário, há uma unanimidade quanto à implementação desse equipamento público.
Mas é preciso analisar a sua localização. Eu entendo que há vários requisitos
para a Pista de Eventos, Sr. Presidente, mas um deles antecede os outros: é a
centralidade, e este foge da centralidade. Esta matéria é importante e, por
meio das Comissões da Casa, ou de audiências públicas, poderemos qualificar o
Projeto e, com certeza, chegaremos no final a favor da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores. Como já verificado pelo Ver. João Antonio Dib,
pelos Vereadores inscritos no período de Pauta, é uma Pauta absolutamente rica
em propostas; além dos costumeiros nomes de ruas, há matérias da maior importância.
Eu fiquei pensando, Ver. João Antonio Dib, que, por vezes, uma Pauta
absolutamente rica e com a existência de projetos que galvanizam nossa atenção,
como o do nobre Ver. Luiz Braz, que discute a questão de tributo e preço
público, por vezes, esses projetos de grande importância não são possíveis de
serem avaliados e a população até desconhece que esses projetos estão
tramitando.
Então,
chamo a atenção, nesse sentido, para um Projeto do Ver. Elói Guimarães que
trata da denominação e obrigatoriedade de colocação de numeração predial em
local visível; é uma questão importante. Eu chamo a atenção também para uma
matéria da Ver.ª Clênia Maranhão que dispõe sobre a proibição de venda de
adesivos que simulem perfurações à bala que excitam a violência e outras
propostas importantes.
Mas,
sem dúvida nenhuma, galvaniza a nossa atenção o Projeto do Ver. Luiz Braz,
aliás, podemos ter todas as divergências com o Ver. Luiz Braz, o que é natural
na democracia, mas temos de reconhecer que o Vereador, quando legisla, busca
legislar sobre questões importantes e traz, agora, essa discussão sobre o preço
que a população paga da água, se é um preço público ou se é uma taxa.
Obviamente, decorre daí dessa conceituação uma série de conseqüências, como por
exemplo se for como o Ver. Luiz Braz entende, que é uma taxa, Ver.ª Berna
Menezes, a partir daí, há o princípio da anualidade: é só votado o reajuste;
poderíamos, anteriormente, num ano, fazer valer para o ano seguinte.
Eu
acho, Ver. Luiz Braz, que é um debate importante, mas, quanto ao mérito, já foi
vencido - o mérito que falo é o mérito jurídico desse debate. O Ver. Sebastião
Melo, que tem acionado bastante o Judiciário, já entrou com dois mandados de
segurança, neste caso não obteve êxito, obteve em outros; as decisões liminares,
um processo não foi recebido e no outro a liminar não foi concedida, e V. Ex.ª
busca agora, fugindo do Judiciário, fazer, por meio de um Projeto, a
conceituação. Eu acho, Ver. Luiz Braz, que, data
vênia, não é por aí, porque o pagamento da água, a forma como é feito é
igual em todos os Municípios e a conceituação do que é preço público e o que é
taxa não se prende àquela conceituação que V. Ex.ª deu de doutrinadores
realmente importantes no Direito Tributário Brasileiro. V. Ex.ª trouxe à colação
alguns conceitos que eles emitem. Existem também outras facetas. Não é
juridicamente em um projeto que vamos dizer que o que estamos cobrando é taxa
ou é preço público. O tipo de retribuição que a população paga por esse serviço
não é dado num projeto de lei desta Câmara; ele é igual ao que existe em todos
os Municípios. Não é possível que aqui em Porto Alegre seja, por exemplo, preço
público e que logo ali, em Canoas, seja taxa. Eu consulto V. Ex.ª se não
concorda com o que eu estou dizendo aqui?
O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Juarez Pinheiro, eu sempre elogiei V. Ex.ª, que tem uma grande
sabedoria jurídica, mas posso dar certeza que, se V. Ex.ª ler com atenção o
art. 145 da Constituição, V. Ex.ª vai mudar a sua opinião. É verdade que esse
erro não é cometido só no Município de Porto Alegre, praticamente todos os
Municípios brasileiros cometem esse erro de cobrar esse serviço por meio de...
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Nobre Vereador, o que quero dizer a V.
Ex.ª é: a definição, se é preço público ou é taxa, isso não é dado por um
diploma municipal, como V. Ex.ª está buscando...
O Sr. Luiz Braz: Na Constituição.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Então V. Ex.ª, na interpretação do que
diz a Constituição... Portanto, eu entendo que, no caso, aqueles conceitos que
V. Ex.ª trouxe, com propriedade, na sua proposta, são parte dessa conceituação,
mas são parte. E a definição que se tem na maioria dos Municípios brasileiros,
absoluta, na doutrina e na jurisprudência, é que não se trata de taxa.
De
qualquer forma, não estou aqui querendo... Acho que V. Ex.ª traz um debate e o
senso comum diria que, realmente, seria taxa. O que eu entendo é que não é por
um projeto de lei que nós vamos definir isso. Isso é dado pela hierarquia das
leis, a Constituição, as Leis Complementares. Penso que, realmente, o foro
adequado foi aquele no qual, infelizmente, o Ver. Sebastião Melo não obteve
êxito, neste momento, mas acho que é ali que vai-se definir se é taxa ou se é
preço público. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. NEREU D’ AVILA: Ex.mo Sr. Presidente em
exercício, Ver. Reginaldo Pujol, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras,
há importantes projetos na discussão de Pauta: desde formulações de leis
vigentes até projetos do Executivo, que merecem o nosso estudo. Um deles é
recorrente, é a questão do complexo pista de eventos no Porto Seco.
Eu
quero dizer, com toda a tranqüilidade, que é um verdadeiro absurdo, absurdo
total se esta Casa outorgar que se coloque a pista de eventos a uma viagem de
Porto Alegre, ou seja, praticamente em Alvorada. Eu só acho estranho é que os
carnavalescos, que, numa outra discussão... Eu já disse que este debate é recorrente,
iniciou muito antes desta Legislatura. Nós tivemos discussão com Dilamar
Machado, por exemplo, que era carnavalesco - cujo nome será dado ao nosso Salão
Nobre -, e lembro que ele era defensor de uma das escolas de grande projeção, a
Escola Bambas da Orgia, em Porto Alegre, ele era um lutador no que dizia
respeito ao carnaval. Ele sempre transmitia o que os carnavalescos diziam, que
era o óbvio, ou seja, que não podia ser longe do Centro. O Ver. Sebastião Melo
falou corretamente sobre centralidade. Agora eu vejo uma certa leniência, para
dizer o mínimo, dos carnavalescos em relação a colocar isso praticamente em
outro Município. Foi feita uma experiência e constatou-se que, para ir da
Restinga ao Porto Seco, são necessárias duas horas. Para os turistas vai ser um
horror e até para os próprios carnavalescos que tiverem de se deslocar para o
Porto Seco. Há que se debruçar melhor sobre o assunto.
No
PDT nós temos um movimento, entre outros movimentos fortes, chamado de
Movimento Socialista de Cultura. Hoje recebemos um ofício desse Movimento no
sentido de que a nossa Bancada se reúna para tomar uma posição unificada. No
documento eu já vi que o Movimento Socialista de Cultura quer a reconstituição
daquela Comissão Especial que foi aqui constituída, presidida pelo Ver. Dr.
Goulart, tendo como relator o Ver. José Fortunati. Então, esse Movimento
Socialista de Cultura é do meu Partido e quer que a Bancada do PDT, que é a
segunda maior Bancada desta Casa, tome posição. O Ver. Isaac Ainhorn, Líder da
Bancada, já está providenciando isso, e a reunião da Bancada será terça à tarde
ou quarta pela manhã. Então, nós temos que tomar uma posição, porque há que se
ter certeza de que vamos contemplar a Cidade com a melhor alternativa, e não é
a do Conselho, que é um conselho político, que tem seis votos do Executivo e
que foram fechadinhos e que traíram o pessoal do Humaitá. Havia uma decisão da
Prefeitura no sentido de ser no Humaitá, mas bastou que alguns moradores se
manifestassem contrários para a Prefeitura ficar em cima do muro. Bem, no Porto
Seco possivelmente não há uma contrariedade de parte dos moradores, até porque
é uma área praticamente abandonada; agora, o problema não é a área ser
abandonada, ou seja, não ter grande número de moradores, mas, sim, de ser absolutamente
fora de tom, fora de núcleo, fora, praticamente, do entorno da Cidade.
A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muito obrigada Ver. Nereu D’Avila, quero apenas lembrar que, claro,
quando nós da Comissão, aqui da Câmara, avaliamos os dez locais, o Humaitá foi
o indicado porque reunia as melhores possibilidades, mas também indicamos em
segundo lugar o Porto Seco, por suas características. E hoje os carnavalescos
fazem uma avaliação e nós sabemos que não é o ideal, o ideal seria manter isso
aqui no Centro. Mas também nós precisamos fazer a leitura da discussão da
Cidade, do que os bairros nos dizem, do que a população nos diz. Há uma
avaliação de que lá será o Centro da Região Metropolitana, e, portanto, haverá
um impulso, não só no que se refere ao carnaval de Porto Alegre, que será,
inclusive, valorizado pela participação dos moradores das cidades do entorno da
Região Metropolitana. Muito obrigada.
O SR. NEREU D’ AVILA: É um argumento ponderável o que a Ver.ª
Sofia Cavedon nos trás, ou seja, o da centralidade em relação à Região
Metropolitana. Mas eu sou Vereador de Porto Alegre e quero dizer que a Região
Metropolitana, com todo o respeito, até deve ter carnavalescos, deve ter,
inclusive, uma proposta concomitante, no que se refere ao local, só que eu
quero deixar claro que não estou criando problemas, nunca fui de criar
problemas, pelo contrário, quero colaborar, só que eu noto que as coisas ou
estão mudando - e eu não sei por que, mas quero saber -, ou eu estou equivocado
e não sei, quem sabe lá estou equivocado. Eu não sou e nunca fui dono da
verdade, tenho horror de quem se diz dono da verdade ou de quem quer
patrociná-la sempre, absolutamente. Agora, eu tenho ouvidos, eu ouço, tenho
sensibilidade, eu averiguo, e, da outra Legislatura para cá, ou seja, a do
Prefeito Alceu Collares, de 1985 a 1988, até hoje, 2002, a Av. Antônio Augusto
de Carvalho é onde o carnaval se realiza, e a pretensão do Alceu Collares era
alargar a Antônio Augusto de Carvalho e ser ali, mas aí, agora, surgiu aquele
entorno que a Administração colocou no final da Antônio Augusto de Carvalho. Há
prejuízo então? Tudo bem, mas daqui do Centro para o Porto Seco há uma
diferença quilométrica.
Então
meu tempo se esgotou, eu quero concluir dizendo que nós precisamos ter a
certeza de que todos os setores são, no mínimo, bem contemplados e há uma
equivalência de forças para que seja tão deslocada a já tão famosa e falada
pista de eventos de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, continuo a examinar, exaustivamente, e com certa indiferença do
Plenário, o estado democrático de direito. É o quarto pronunciamento que faço.
Quando o Governo se instala e desenvolve uma política econômica - para o
desenvolvimento do País, seja para o capitalismo ou para o socialismo - está
esboçando um sistema de governo. Não vamos confundir as coisas! Quando o
Governo dá orientação política, numa visão social para cumprir seus objetivos
sociais - seja totalitarismo, democracia, liberalismo, ditadura, ou o que for
-, está estabelecendo um regime de governo sob uma das formas: monarquia ou
república. Estou falando em formas de governo. O que temos no Brasil? O que
temos no Rio Grande do Sul? Qual é o sistema? Qual é o regime? Claro que forma
nós temos, é a república. Mas qual é o sistema? É difícil de responder. Muito
bem, estamos na república, mas em qual sistema? Temos o estado democrático de
direito, tão apregoado por aí? Temos o direito de locomoção? Temos o direito de
ir e vir, ou as famílias estão completamente impedidas até de vender
mercadorias? O comércio está parado! Hoje o Secretário de Segurança, com gestos
de emoção – está estampado no jornal O
Sul, e deixo de comentar -, demonstra a sua intranqüilidade. Direito de
locomoção; não temos. Nós temos direito de imprensa? Há pouco tempo, aqui no
Rio Grande do Sul, vários jornalistas foram transferidos de órgão de imprensa a
mando do Governo. Temos o direito de consciência? Podemos pensar o que
quisermos? Até isso nos é dado. E de profissão, nós temos direito de ter
profissão? A juventude pode almejar uma profissão de sua preferência e ousar
essa profissão ou não? E o direito a uma liberdade econômica? A Constituição
diz o contrário; o próprio salário mínimo contraria todas as pautas que se
puderem estabelecer. E a liberdade política?
Muito
bem; tenho afirmado aqui que a liberdade, o Presidente, na minha opinião, foi
um tanto infeliz e rotulou os políticos de forma desairosa. Mas me preocupei
muito - é o primeiro ao qual eu não pude assistir, talvez por ter sido
transferido para o SESI o 15.º Fórum da Liberdade. Então, prestei atenção no
dito deste historiador polonês, Richard Pipes, e também no que Olavo de
Carvalho transcreveu. Ele fala sobre o perigo, não do totalitarismo; ele, até
certo ponto, diz: não, é o desenvolvimento de uma falsa democracia, de uma
democracia amoldável – claro que as palavras são minhas –, balofa, e é isso que
nós temos agora! A nossa democracia é amoldável! O Presidente da República
resolveu, para se reeleger, mobilizar um capital que dizem que foi a bilhões de
reais, e se reelegeu. A Governadora do Maranhão, repentinamente, deixou de ser
a grande vedete das eleições, para ser perseguida... Carrion, não quero
discutir aqui se ela tem ou não tem culpa, mas V. Ex.ªs vão me
perdoar. Houve muita coincidência nos acontecimentos. O Governo atuou.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara. Venho, em nome do Partido dos
Trabalhadores, mas também em nome da Frente Popular, tratar da nossa eleição da
Mesa que será no momento seguinte ao tempo de Liderança.
A
Bancada do Partido dos Trabalhadores e as demais Bancadas que formam a Frente
Popular discutiram profundamente a eleição da nossa Mesa Diretora e decidiram
indicar o nome do nosso companheiro Ver. Aldacir Oliboni para 3.º Secretário e
votar no nome do Ver. João Carlos Nedel para 1.º Secretário da Mesa.
Por
que as Bancadas da Frente Popular, em especial a do Partido dos Trabalhadores,
assim definiram? Nós entendemos que a maior Bancada desta Câmara de Vereadores
deveria, este ano, estar na Presidência da Câmara de Vereadores, por ter feito
e cumprido a sua parte nesse acordo. Mas esse acordo foi quebrado, e a maior
Bancada desta Câmara não está na Presidência desta Casa. Também entendíamos
que, diante da necessidade, do valor de uma companheira como a Ver.ª Helena
Bonumá à frente da Secretaria de Governo e, portanto, tendo que renunciar ao
cargo de 1.ª Secretária, passado o momento do episódio da Presidência, nós
teríamos o Partido dos Trabalhadores à frente da 1.ª Secretaria, exatamente por
entender que, já que não estamos na Presidência, onde deveríamos estar pela
Bancada que temos, estivéssemos na 1.ª Secretaria. Foi apresentado um outro
nome para a 1.ª Secretaria com o intuito de disputar com a Frente Popular e o
Partido dos Trabalhadores a eleição da 1.ª Secretaria.
Nós
temos plena consciência dos nossos direitos legítimos não por uma decisão
nossa, mas porque as urnas, em 2000, nos colocaram nessa condição de maior
Bancada e, portanto, com representação à sua altura na Mesa. No entanto, nós
temos clareza e temos dito, Ver. Reginaldo Pujol, desde o início, que queremos
um novo padrão de qualidade e de relações com a oposição. Não a oposição pela
oposição, nem a situação pela situação, mas um padrão qualificado de relações
que coloca o interesse público acima disso. Mais do que falar, nós, então,
estamos fazendo um gesto concreto, um gesto afirmativo em direção a isso. Nós
queremos com esse gesto, ao votar no Ver. João Carlos Nedel, ao apresentar a
candidatura do Ver. Aldacir Oliboni para a 3.ª Secretaria, estabelecer com a
oposição uma relação qualificada, que coloque o interesse da Cidade acima dos
interesses partidários e eleitorais. Nós queremos que a oposição valorize esse
gesto, Ver. Fernando Záchia, com a dimensão que ele tem.
Nós,
da Frente Popular e do Partido dos Trabalhadores, poderíamos vir aqui, hoje,
sim, denunciar mais um acordo, mais uma manobra; poderíamos fazer uma
demarcação de Plenário forte, discutir, mas nós preferimos esse gesto, que é
grande em todos os sentidos, que espera da oposição uma nova relação com a
Bancada da Frente Popular, que é estabelecer um novo padrão de relações entre Executivo
e Legislativo. Nós queremos que esse gesto seja valorizado pelos Srs.
Vereadores e pelas Sr.ªs Vereadoras que compõem a oposição. Que nós
possamos fazer deste ano um ano legislativo producente como foi o ano passado,
com vitórias e derrotas da oposição, com vitórias e derrotas da situação, mas
todas sendo uma vitória da coletividade e de nenhum partido.
Ninguém
perdeu seu papel de oposição, ninguém perdeu seu papel de situação, ninguém
perdeu ou teve de abrir mão das suas idéias, ideais e convicções, mas fez um
trabalho em prol da cidade de Porto Alegre.
Nesse
sentido, nós queremos, com um gesto concreto, afirmativo e político, ao apoiar
o nome do Ver. João Carlos Nedel, que tem uma conduta e uma história nesta Casa
que fazem com que a Bancada do Partido dos Trabalhadores não tenha nenhum veto
ao seu nome, conseguir um trabalho em prol de Porto Alegre, deste Legislativo,
do Executivo e da coletividade, que é o que mais importa numa democracia. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Sr. Presidente, Ver.
Reginaldo Pujol, demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, todos que nos
assistem aqui e nas suas casas também. Em primeiro lugar, a Bancada do PC do B
quer dizer que está solidária e comparte da opinião manifestada pelo Ver.
Marcelo Danéris, Líder do PT. Da mesma forma, em busca desse trabalho correto,
adequado, de alto nível, que esta Casa deve ter, nós também votaremos no Ver.
João Carlos Nedel para a 1.ª Secretaria e no Ver. Aldacir Oliboni para a 3.ª
Secretaria.
Em
segundo lugar, nós queríamos trazer aqui um problema sério, que já encaminhamos
a nossa Presidente, a Ver.ª Maristela Maffei, na CUTHAB, que é a ordem de
despejo, que já se encontra na rua, para uma comunidade de quatrocentas
famílias que estão hoje ocupando a área da PETROBRÁS no Porto Seco. Comunidade
autodenominada com a sua associação “Vitória da Conquista”, para a qual
solicitamos à CUTHAB e, prontamente, a nossa Presidente concordou e os demais
Vereadores, e se realizará amanhã uma reunião extraordinária para tratarmos
dessa grave situação e encontrarmos uma saída, seja para os problemas de
leptospirose, porque existem ameaças, de micoses e assim por diante.
Por
fim, queremos trazer aos nobres colegas e proceder à leitura de uma nota do
Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, do dia 5 de
abril, sobre os acontecimentos trágicos que estão ocorrendo no conflito
israelita-palestino. Passo a ler a nota, espero poder concluí-la, mas, de toda
forma, passaremos aos demais Vereadores: “Contra a barbárie, em defesa da paz e
do povo palestino.
Em
afronta às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e indiferente aos
brados de protestos que ecoam em todos os continentes, o governo de Israel, sob
a chefia do truculento general Ariel Sharon, alarga a cada dia a ocupação
militar nas cidades e territórios sob a administração da Autoridade Nacional
Palestina (ANP). Nesta invasão, o exército israelense utiliza numeroso e
sofisticado aparato bélico, numa guerra aberta e covarde contra a população
civil palestina. As tropas israelenses, numa agressão inominável, mantêm sob
sítio o presidente Yasser Arafat em Remallah.
A
fúria guerreira israelense, neste momento, adquire feições hediondas. Milhares
de civis estão prisioneiros em suas próprias casas. Centenas de tanques
deslocam-se destruindo tudo o que encontram pela frente. A aviação, segundo a
Cruz Vermelha, está bombardeando inclusive hospitais. O cerco militar impede a
entrada de alimentos e remédios. As ambulâncias estão proibidas de socorrer os
feridos e até mesmo de recolher os cadáveres. Igrejas históricas, locais
religiosos sagrados e sacerdotes estão sendo alvo de agressões.
Esse
massacre, talvez um dos mais cruéis a que a humanidade assistiu nos últimos
tempos, está ocorrendo com a cumplicidade do imperialismo norte-americano. O
governo Bush respalda e apóia as atrocidades de Ariel Sharon e de seu exército.
O povo palestino está sendo - vou concluir, Sr. Presidente - mais uma vítima da
guerra longa e prolongada jurada por Bush contra os povos.”
Devido
ao tempo esgotado é impossível prosseguir a leitura desta nota, mas passarei
aos Srs. Vereadores esse brado à paz do Partido Comunista do Brasil. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. José Fortunati, Presidente desta
Casa, Ver. Fernando Záchia, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras,
senhoras e senhores, eu vou iniciar a minha fala tentando repor a verdade neste
Plenário, porque que ela foi conspurcada, de alguma forma. A maioria da nossa
população elegeu, para compor esta Casa, trinta e três Vereadores, sendo que colocou
vinte e dois Vereadores na oposição e apenas onze Vereadores nos Partidos de
situação: aqueles que compõem o Governo, que têm lá todas as Secretarias, os
cargos de confiança, centenas e centenas de cargos que nomeiam e fazem a sua
política através desses cargos.
A
Câmara Municipal, exatamente por causa dessa autonomia do Município tem que ser
dirigida pela oposição, porque ela é o órgão fiscalizador. Nós não poderíamos
jamais entregar a fiscalização da Casa - e eu sempre fui contrário, nas vezes
em que isso aconteceu aqui, a entregar a direção da Casa -, para partidos da
situação. Porque nós vamos colocar o mesmo partido para fiscalizar ele mesmo o
Executivo. Penso que é um erro que esta Casa cometeu todas as vezes em que isso
aconteceu.
A
população escolheu a maioria dos Partidos oposicionistas para compor esta Casa,
a fim de que ela pudesse exercer fiscalização sobre o Partido que está há
alguns anos na Prefeitura de Porto Alegre, estabelecendo aquilo que o atual
Governador costumava repudiar muito, que é o continuísmo. Mas esse continuísmo
é a política que atualmente impera na Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Por
outro lado, eu vi o meu querido amigo, o Ver. Pedro Américo Leal falando aqui
no estado de direito. Eu sei que o Ver. Pedro Américo Leal tem feito um estudo
constante, já é o quarto pronunciamento que ele faz aqui desta tribuna para
explicar para as pessoas o que é o estado de direito e para, inclusive,
questionar esse estado de direito. Eu posso dizer a V. Ex.ª, Ver. Pedro Américo
Leal, que nós que somos Vereadores, nós que somos representantes desta
sociedade, nós temos de fazer com que o estado de direito possa ser reproduzido
na prática, nas ações de nossa sociedade, porque, dentro das leis ele existe,
tanto na Constituição como na Lei Orgânica, como nas demais Leis, lá está o
estado de direito, mas quando o Secretário de Segurança Pública vem aos meios
de comunicação e, de repente, diz que os assaltos a ônibus e lotações são uma
questão social, eximindo-se, praticamente, de qualquer responsabilidade por
esses atos, dizendo que o cidadão está lá precisando de um determinado
dinheiro, então ele vai lá, em um lotação ou em um ônibus, assalta e pronto, e
vai satisfazer às suas necessidades... Ora, quando o Secretário de Segurança
reconhece que esses atos são atos normais, são atos sociais, eu acredito que
estamos realmente, com a existência do Secretário de Segurança Pública,
afrontando esse estado de direito que existe: ele está nos papéis, ele está nas
leis, ele está na nossa Constituição, mas as falas constantes do Secretário de
Segurança Pública, afrontando o estado de direito e mandando que a população
possa, dentro da sua necessidade, roubar, matar, fazer tudo o que for
necessário para poder satisfazer às suas necessidades - quando um homem da
importância do Secretário vem aos meios de comunicação e propala que é livre:
se tem necessidade vai para a farmácia e assalta a farmácia; agora os lotações;
agora os ônibus, então, realmente o estado de direito começa a perigar. Não que
ele não exista, ele existe, mas a fala de homens da importância do Secretário
da Segurança Pública, tão irresponsável como hoje demonstram os jornais e
também as emissoras de rádio e televisão, eu acredito que começa a colocar em
perigo o nosso estado de direito. Quem sabe é necessário que se faça até mesmo
uma intervenção aqui no Estado do Rio Grande do Sul para que o estado de
direito possa se manter. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver.
José Fortunati, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, especialmente o público
que nos honra com sua presença na galeria da Câmara Municipal, há duas semanas,
vim a esta tribuna para dar conta de uma matéria que considero extremamente
relevante para a cidade de Porto Alegre, qual seja, que a Prefeitura Municipal,
através da Secretaria da Fazenda, tem retardado, não tem aplicado a Lei para
cobrar o ISSQN do Sistema Financeiro do Município de Porto Alegre. No dia 17
foi publicada uma matéria minha fazendo uma cobrança ao Sr. Secretário da
Fazenda José Utzig. No dia 18, o Secretário vem à imprensa e diz: “Utzig
corrige o Ver. Sebastião Melo.” E desancou aqui, dizendo que eu estava
cometendo uma barbaridade, que eu estava fazendo afirmações levianas. Quando
ele veio à Comissão, eu disse ao Secretário que a nossa relação, por mais
diferenças que pudéssemos ter, ela deveria ser sempre qualificada, e que deste Parlamentar
não seria ele que iria tirar absolutamente nada da nossa caminhada em busca da
fiscalização. E esse assunto vem sendo tratado na Comissão de Finanças e
Orçamento.
Ontem,
estiveram conosco o Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário-Geral da Bolsa
de Valores do Extremo-Sul, o Secretário Substituto da Fazenda Sr. Boaventura, o
Presidente da Associação dos Fiscais de Tributos de Porto Alegre e os demais
Vereadores da Comissão.
Há
uma Lei aprovada nesta Casa, de autoria do grande e extraordinário Ver. Pedro
Ruas, chamada Lei Pedro Ruas, n.º 311, que estendeu a cobrança de tributos às
transações financeiras na Cidade de Porto Alegre. Na época em que foi votada
esta Lei - e eu fiz uma leitura atenta de todos os discursos que se sucederam
aqui nesta tribuna, sendo que o orador mais entusiasta de todos, o que mais
incentivou, o que mais qualificou essa Lei foi o Líder do Governo -, diziam que
ela vinha inclusive para salvar o sistema de saúde de Porto Alegre. Agora,
vejam os senhores, essa Lei é de 94; nós estamos no ano 2002 e nenhum agente
financeiro na Cidade de Porto Alegre até agora pagou pelas suas transações
financeiras um centavo ao Município de Porto Alegre. De 94 a 97, Ver. Pedro
Américo Leal, no Governo do Sr. Tarso Genro, eles nem sequer foram incomodados.
Foram notificados em 97, e de 97, 98, 99, 2000, 2001 e 2002 para cá,
encontram-se nas prateleiras da Secretaria Municipal da Fazenda os recursos
impetrados para o julgamento do Conselho do Contribuinte. Eu fui ver quem é o
Conselho do Contribuinte: são onze membros, sendo seis do Governo e cinco da
sociedade. Mais do que isso, causou-me estranheza que o Presidente da
Associação dos Fiscais é membro do Conselho do Contribuinte, que vai julgar os
autos de infração dos seus colegas que autuaram. A pergunta que se há de fazer,
com toda a tranqüilidade, com toda a transparência é: será que os recursos
daqueles que não pagam o IPTU ou que não pagam pelo comércio que têm lá na
periferia e deixam de recolher o ISSQN levam cinco anos para serem julgados? Eu
gostaria muito de ver uma comparação dos julgamentos dos pequenos em relação
aos grandes. É inaceitável, Presidente, que esta Casa, que o Município, que a
Prefeitura a cada ano queira aumentar impostos, a cada ano queira criar taxas.
São 450 milhões de dívida ativa só do ISSQN; são 250 milhões do IPTU, mas mais
especialmente aqueles que devem pagar o imposto não pagam o imposto. Há,
portanto, uma grande contradição, Ver. Isaac Ainhorn, entre o discurso e a
prática: aqueles que contestam os banqueiros no discurso são aqueles que estão
aliados aos banqueiros para não pagar impostos. Isto é inaceitável nesta
Cidade. Por isso nós vamos propor a convocação do Presidente do Sindicato dos
Bancos e da Associação dos Bancos, que ontem foram convidados e não vieram, e
vamos propor a convocação do Conselho de Fiscalização, porque essas questões
têm de ser esclarecidas, sob pena, evidentemente, de ficar o dito pelo não
dito. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Gostaria de dizer da nossa alegria por
recebermos entre nós três Vereadores da cidade de Giruá: Sérgio Gaist, do PDT;
Herberto Ballensiefer, do PPB; e Maria Thomas, do PPB. Também queremos dar as
boas-vindas aos Vereadores de São Luiz Gonzaga: Leoni Paulo Matzenbacher, do
PPB; Raul Alves de Melo, do PDT; Aldimar Machado, do PSBD; Itamar Batista, do
PMDB; Francisco Lourenço, do PSB; Jorge Crestani, do PSDB, Presidente da Câmara
Municipal de São Luiz Gonzaga; e José Alberto Vieira, do PPB. A todos os senhores
as nossas boas-vindas. Sintam-se em casa. (Palmas.)
Passo
a condução dos trabalhos ao Ver. Carlos Alberto Garcia.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Haroldo de Souza
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pessoas
aqui presentes e pessoal do canal 16, eu quero, primeiro, saudar um amigo que
me está visitando, que é o Edgar Lopes, lá da cidade do Alegrete. Boas-vindas e
boa estada aqui.
Venho
a esta tribuna, hoje, para defender um Projeto a que estou dando entrada nesta
Casa a respeito da segurança dos motoristas e cobradores de nossas empresas de
transporte coletivo. O depoimento do Sr. Luís Carlos Gomes, motorista do
lotação que sofreu um seqüestro há poucos dias em nossa Cidade, me comoveu e me
projetou para reflexões a respeito da situação desses profissionais. Os
motoristas de ônibus ou de lotações, e também os taxistas, mas para eles já
existe uma lei, que não é cumprida, trabalham expostos à sanha de assaltantes e
criminosos de todos os tipos. O Sr. Luiz Carlos Gomes teve o seu controle
emocional tão atingido que ele abandona a profissão e pode estar-se inscrevendo
no clube dos desempregados deste País. As seqüelas que ficam na pessoa que é
assaltada são difíceis de serem analisadas, variando de pessoa para pessoa.
O
motorista de ônibus, cuidando do volante, é um alvo fácil para os senhores
assaltantes. Os cobradores da mesma forma. Tentando minimizar o problema –
porque resolvê-lo de forma definitiva ainda não está ao alcance da sociedade
brasileira, pela própria maneira de se fazer política econômica em nosso País
-, é que estou protocolando na Casa Projeto de Lei que sugere à Prefeitura
Municipal que torne obrigatória a instalação de cabinas ou cabines à prova de
bala para os motoristas e para os cobradores. Os profissionais motoristas de
ônibus e lotações, que fazem as vezes também de cobrador e não sei se ganham em
dobro por isso, com esse dispositivo à prova de bala, estariam protegidos
fisicamente e sem acesso para os assaltantes, podendo administrar de outra
maneira a própria segurança dos passageiros em caso de seqüestro como esse
ocorrido com a lotação da linha Santana.
Mas
o que me está preocupando, novamente, é o andamento dos nossos trabalhos aqui:
para mim, simplesmente eles empacaram, pararam, estacionaram. De um lado
briga-se pela votação do festival de vetos, herança do cidadão de palavra Sr.
Tarso Genro; de outro, os Vereadores que desejam apressar a votação desses
vetos para que possamos voltar à normalidade de discussão e votação dos novos
projetos que dão entrada todos os dias. E ainda temos fatos importantíssimos
que estão aí sem discussão. Por exemplo, o problema dos municipários. Vai sair
a fundação, ou não vai sair essa fundação? Nós vamos “pegar esse touro a unha”
ou vamos continuar empurrando o problema dos municipários? E a CPI da
habitação? Ela vai sair ou não vai sair? A CPI foi pedida pelo Ver. Nereu
D’Avila, e nós estamos aguardando a implantação dessa CPI. Porque a insistência
das pessoas que aqui vem reclamando sobre a habitação em Porto Alegre merece,
no mínimo, uma atenção maior da nossa parte. Cada um de nós vem cumprindo a sua
parte, mas o Regimento, para mim, é superado, é coisa da antiga, feita
exatamente para não andarem os processos normais deste Parlamento. Eu fico sem
jeito quando me perguntam pelas ruas: como está o funcionamento da Câmara
Municipal de Porto Alegre? Eu não escondo nada! Eu não dou voltas. No fundo
estamos ganhando um salário para fazer discursos. Vamos levando, vamos
discutindo; objetivamente nada para o social, absolutamente nada para aquilo
que acho que deveria ser de uma Câmara Municipal como a nossa.
Eu
sei que posso desagradar alguns, mas o que posso fazer?
E
para encerrar, estou fazendo uma pesquisa para descobrir onde estão os vinte e
dois mil professores contratados pelo Governo que foram citados na última
propaganda política do Partido dos Trabalhadores. Vinte e dois mil novos
professores! Mas tenho reclamações todos os dias de que faltam professores nas
nossas salas de aula do nosso Município e do nosso Estado. E parece que há
professores servindo de assessor de gabinete. Mas lugar de professor é na
escola! Ver.ª Sofia Cavedon, estou apurando esse fato e acho que é um assunto
que interessa diretamente. Vou apurar essas denúncias que estão chegando e
voltarei ao assunto, porque lugar de professor é na escola e não como assessor
de gabinete. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
viria a tribuna para tratar de um problema de segurança, mas, mais uma vez, uma
manifestação odiosa, belicista, guerreira do Vereador Líder e representante do
PC do B nesta Casa me obriga a fazer-me aqui presente.
Respeito
o PC do B, fui orador pelo PDT quando dos oitenta anos de existência do PC do B
no País, mas não posso compactuar com que se use esta tribuna de uma forma
completamente distorcida, deformada e trazendo informações erradas.
O
Ver. Raul Carrion, não foi nesta, mas na sua última manifestação sobre o
conflito no Oriente Médio, trouxe uma informação errada e mentirosa! Afirmou,
desta tribuna, que existe uma resolução vigente da ONU que considera o sionismo
uma forma de racismo. Essa resolução é de 1975. Eu queria esclarecer a este
Plenário, a todos os que nos ouvem que no ano de 1991 essa Resolução foi
revogada pela Organização das Nações Unidas – ONU – , considerando o sionismo
uma forma de racismo. Ao contrário, reconhecendo na história da volta e do
retorno do povo judeu ao Estado de Israel um movimento de libertação nacional.
Eu
gostaria também de trazer alguns dados. A gente tem que falar um pouco para si,
para a sua história antes de falar num Estado que desde a sua criação, em 1948,
buscou a paz e a convivência pacífica com os seus vizinhos.
Eu
gostaria aqui ... Surpreende-me o Ver. Raul Carrion que nem está mais no
Plenário - vem, faz o seu discursinho e vai embora. Nem está mais no Plenário,
ele vem aqui atacar o Estado de Israel que, como Estado soberano, tem o direito
de lutar pela sua sobrevivência e pela sua independência, e quando esse Estado
se encontra ameaçado, ele, como Estado soberano, tem o direito de combater os
focos de terror que vão para dentro do Estado de Israel explodir bares,
restaurantes, bares noturnos, em desrespeito as mais comezinhas normas de
direitos humanos. Homem-bomba não é um herói e nem um mártir. Homem-bomba, Ver.
Haroldo de Souza, não é um herói e nem um mártir: ele é um assassino!
Homem-bomba não é herói e nem mártir, é assassino, Ver. José Valdir, que honra
novamente esta Casa integrando este Legislativo.
Porque
ele, em nenhuma palavra, diz: olha, nós queremos a paz na região; nós queremos
o entendimento entre o Estado de Israel e o povo palestino. Nós queremos a
existência de dois Estados: o Estado judeu e o Estado palestino. Não, ele não
fez isso! Ele não fez isso, Srs. Vereadores. Ele fez aqui, denunciando só o
Estado de Israel! Denunciando os fatos que estão ocorrendo nas cidades
palestinas, é verdade, mas não denunciou, não disse que antes da páscoa
judaica, o Pessach, não tinha nem
tanque nas cidades palestinas; a ida dos tanques foi porque era justamente a
celebração de várias famílias, num hotel, na cidade de Netânia, onde estavam
mais de cento e cinqüenta pessoas comemorando a Páscoa judaica, um dia sagrado,
de profunda religiosidade, tão sagrado como a noite de Natal para os cristãos,
pois nesse dia, imaginem, numa noite de celebração religiosa, um homem-bomba
entra e mata vinte e fere setenta. Por que o Ver. Raul Carrion não diz isso
aqui na tribuna? Ele tem que olhar para a sua história, a história dos que eles
sustentam, a história de Iosif Stálin, que, depois do Adolfo Hitler, foi o
maior genocida da história contemporânea e da história da humanidade; matou
mais de vinte milhões de soviéticos, e o PC do B sustenta Stálin. E mais, até
há algum tempo as referências do Ver. Raul Carrion eram a Albânia e o Regime de
Ceausescu na Romênia. Dois regimes cruéis, autoritários, déspotas, que
massacraram e torturaram o seu povo. Enver Hoxha, o Líder maior, anos e anos
ditador da Albânia, se deliciava ao matar seus prisioneiros, matava-os e dava
carne humana aos seus cachorros. E as orgias homossexuais dentro da Albânia,
dentro do Palácio Albanês de Tirana? Eu lamento que nada disso... Esta história
tem que ser posta... Esses são os regimes que o Ver. Raul Carrion sustentou
historicamente: da Albânia, do tirano Enver Hoxha e de Ceausescu na Romênia.
Vamos reavaliar e resgatar essa triste história, este triste passado.
Encerro
Sr. Presidente, dizendo que nós estamos buscando - nós como sociedade humana,
com a nossa responsabilidade de brasileiros, ter na nossa história um Osvaldo
Aranha, que criou um Estado Palestino, um Estado de Israel - é a paz naquela
região, que acabe o terrorismo, que as pessoas possam viver livremente,
desenvolvendo a maior referência de avanço tecnológico no mundo, hoje, de um
povo que saiu das cinzas e da tragédia do holocausto! Indiscutivelmente, Sr.
Presidente, foi pela reconstrução do Estado de Israel, onde desertos se
transformaram em terras férteis, e é por isso que é tão cobiçado hoje. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, queria inicialmente reforçar um convite que já fiz
a todos os Vereadores, Vereadoras e a todos presentes, que é a atividade a ser
realizada amanhã, no dia 11 de abril, às 15h30min, aqui na Câmara Municipal de
Porto Alegre. É um Seminário de iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e
Defesa do Consumidor, quando estaremos discutindo com representantes do
Ministério da Justiça e do alto comissariado da ONU para refugiados uma questão
extremamente atual e um debate ainda muito pioneiro em nível de Câmara
Municipal e de poder local, que é a temática de direitos humanos referente ao
acolhimento de pessoas perseguidas pelo pensamento ou de pessoas refugiadas,
advindas de áreas de conflito. Esta questão começa cada vez mais a ter uma
relevância, na medida em que os Estados, os Municípios e o poder local se
vinculam aos grandes temas nacionais neste momento de globalização da economia,
de internacionalização dos meios de comunicação. Então, creio que se coloca
para os poderes instituídos em nível local, assim como colocamos a nós a
responsabilidade do debate em relação às políticas de saúde, quando os
Municípios começam a se colocar as responsabilidades em relação às políticas
habitacionais e de assistência. Também se percebe que há um crescimento da
consciência dos dirigentes políticos, das instituições e das lideranças da
sociedade civil de uma forma em geral, no sentido de que essa questão dos
direitos humanos também é um tema que tem que ser tratado localmente, como nos
ensinaram os ambientalistas. É um tema que tem que ser pensado globalmente,
porém enfrentado do ponto de vista local. Foi dentro dessa perspectiva que nós
da Câmara Municipal de Porto Alegre a partir de 1999 começamos a elaboração de
um Projeto de Lei que hoje se transforma numa lei referência para outras
cidades do nosso País. É uma legislação que dá ao Município autorização do
Legislativo para a realização de todas as iniciativas, de todos os
procedimentos, para o acolhimento de pessoas vitimizadas por situação de
conflito e de guerra.
Infelizmente,
o nosso Município não executou nenhuma política pública nessa direção, porém o
debate galvanizado por esta Casa permitiu que Porto Alegre atraísse os olhares
dos dirigentes dos órgãos de direitos humanos e institucionais deste País no
sentido de avaliarem que Porto Alegre tem condições, do ponto de vista de sua
história, do ponto de vista da sua formação étnica, para receber pessoas e
refugiados.
Amanhã,
em Porto Alegre, o alto comissariado da ONU se fará presente nesta Casa, assim
como se fará presente o representante do Ministério da Justiça, para, através
de um Seminário, debaterem com os Vereadores e com as entidades da sociedade
civil porto-alegrense o tipo de contribuição que as instituições locais, as
ONG’s, o terceiro setor podem oferecer no momento em que se faz uma política de
acolhimento.
É
visível o crescimento de conflitos étnicos advindos de situações de
intolerância, de situações de conflito, invasões e ações bélicas. O mundo vive
hoje uma situação extremamente perigosa do ponto de vista da sua segurança, com
possibilidades de retrocesso na sua luta pela paz.
Portanto,
essa questão é atualíssima, e a Câmara Municipal de Porto Alegre, nesse momento
tão grave em que se discute o destino da paz na humanidade, realiza uma ação
concreta através de um seminário, que é aberto à população, amanhã, dia 11,
quinta-feira, às 15h30min no Teatro Glênio Peres. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Passamos à eleição dos
cargos da Mesa Diretora.
O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a V. Ex.ª que
interrompa a Sessão por cinco minutos para que possamos fazer uma articulação a
respeito da nova eleição para os cargos vagos na Mesa Diretora.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, a Bancada da Frente
Popular anunciou, há pouco, exatamente a proposta que a oposição fez. Nós
colocamos a disposição de votar no Ver. João Carlos Nedel e de apresentar o
nome do Ver. Aldacir Oliboni para a 3.ª Secretaria. Portanto, não me parece ser
tão necessário suspender a Sessão, até para que os trabalhos tenham
prosseguimento. Temos vetos a serem analisados.
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, nós ouvimos atentamente o
pronunciamento do Ver. Marcelo Danéris, mas não se trata disso; se trata de
Requerimento regimental apenas para consecução de uma chapa. Pedimos que a
Sessão seja suspensa por cinco minutos, só para efetuarmos essa chapa. Só isto,
Sr. Presidente.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, eu gostaria de ler aqui o
Requerimento. (Lê.) “Os signatários firmatários fazem uma retificação no
Requerimento que indicou o Vereador Aldacir Oliboni para substituir a Ver.ª
Helena Bonumá na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre pela Frente
Popular. Portanto, onde consta 1.ª Secretaria, leia-se 3.ª Secretaria. Sala das
Sessões, 10 de abril de 2002.” Assinam: este Líder, Ver. Marcelo Danéris, do
PT; Ver. Carlos Alberto Garcia, do PSB; Ver. Raul Carrion, do PC do B; e toda a
Bancada do PT.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Neste momento a Mesa
recebe uma alteração. Até o presente momento, temos o nome do Ver. João Carlos
Nedel para 1.º Secretário e o nome do Ver. Aldacir Oliboni para 3.º Secretário.
Esta Presidência consulta se há alguma alteração?
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, há um pedido de
suspensão. Então, pediria a V. Ex.ª que este momento de apresentação de chapa ficasse
em aberto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Na realidade, Ver. Elói
Guimarães, o que esta Presidência fez foi ler o que está posto na mesa. Vamos
fazer esse rápido intervalo, para que possamos ter uma nova composição, se for
o caso, mas não de cinco minutos; com a aquiescência de V. Ex.ªs,
dois minutos acho que será tempo suficiente. Se houver necessidade, poderemos
ampliar.
O SR. NEREU D’AVILA: Faremos força, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Estão suspensos os trabalhos
para uma nova verificação ou composição de forças, para então podermos
ingressar na eleição para os cargos da Mesa.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h27min.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às
17h34min): Estão
reabertos os trabalhos. Informamos ao Plenário que daremos início ao processo
de eleição para os cargos da Mesa. (Lê.) “A Mesa é eleita pela maioria absoluta
dos Vereadores, em votação nominal, cargo a cargo, respeitado o critério de
proporcionalidade dos Partidos ou blocos partidários, para mandato de dois
anos.” (art. 13 do Regimento)
“Vereador
Suplente não poderá fazer parte da Mesa.” (art. 13, Parágrafo 4.º do Regimento)
“É
vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.”
(art. 14, Parágrafo 2.º do Regimento)
Temos
duas indicações. Pelo bloco das oposições, está indicado o Ver. João Carlos
Nedel para o cargo de 1.º Secretário.
Tínhamos
um ofício da Frente Popular indicando o Ver. Aldacir Oliboni, também para o
cargo de 1.º Secretário; hoje, recebemos um novo ofício retificando o
requerimento anterior, indicando o Ver. Aldacir Oliboni para substituir a
Ver.ª. Helena Bonumá na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre:
(Lê.) “Portanto, onde consta 1.ª Secretária, leia-se 3.ª Secretária.”
Temos
essas duas indicações: o Ver. João Carlos Nedel para a 1.º Secretário e Ver.
Aldacir Oliboni para a 3.º Secretário. Esta Presidência indaga se existe alguma
outra indicação para os cargos existentes. (Pausa.) Não existindo, passaremos à
votação.
Em
votação nominal o cargo de 1.º Secretário, tendo como único candidato o Ver.
João Carlos Nedel. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM o
nome de João Carlos Nedel como 1.º Secretário da Mesa Diretora da Câmara
Municipal de Porto Alegre.
Em
votação nominal o cargo de 3.º Secretário, tendo como único candidato o Ver.
Aldacir Oliboni. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM,
01 ABSTENÇÃO o nome do Ver. Aldacir
Oliboni para o cargo de 3.º Secretário da Mesa Diretora da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
Passo
a ler a Declaração de Voto do Ver. Elói Guimarães:
“Declaração
de Voto
Votei
no Ver. Aldacir Oliboni, embora pretendesse outro candidato, o que se tornou
inviável, dada a opinião unânime e contrária do denominado bloco de oposição e
do próprio candidato que indicaria.
(a) Ver. Elói Guimarães.”
Esta
Presidência quer cumprimentar o Ver. João Carlos Nedel e o Ver. Aldacir
Oliboni. Temos a certeza de que o Ver. João Carlos Nedel continuará sendo um
grande integrante da Mesa, e o Ver. Aldacir Oliboni vai-se somar ao esforço que
a atual Mesa Diretora vem fazendo para bem conduzir os trabalhos desta Casa.
O
Ver. João Carlos Nedel encontra-se empossado no cargo de 1.º Secretário e o
Ver. Aldacir Oliboni está empossado como 3.º Secretário da Mesa Diretora da
Câmara Municipal de Vereadores.
Havendo
quórum, passamos à
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
1008/01 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
determina que o Executivo Municipal de Porto Alegre disponibilize aos
Vereadores senha de acesso aos sistemas eletrônicos de controle orçamentário da
despesa e de pessoal, no âmbito das administrações direta e indireta do Município.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- encaminharam a
matéria, em 05-04-02, os Vereadores I.Ainhorn, S.Melo, L.Braz e J.A.Dib.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo
dia: 16.3 – Sábado.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PLL n.º 036/01. Quero
lembrar ao Plenário que já encaminharam a matéria, em 05 de abril, os
Vereadores: Isaac Ainhorn, Sebastião Melo, Luiz Braz e João Antonio Dib.
Também
queremos lembrar de que houve um requerimento apresentado pelo Ver. Sebastião
Melo solicitando votação em destaque para o inciso II, do parágrafo 2.º do
artigo 1.º; conseqüentemente, teremos duas votações em relação a esse Veto. A
primeira votação será do destaque apresentado pelo Ver. Sebastião Melo, votação
do inciso II, do parágrafo 2.º do artigo 1.º e a segunda votação será conjunta
dos demais dispositivos vetados no referido Projeto, ou seja, incisos I e V do
parágrafo 2.º do artigo 1.º.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pelo PFL, para encaminhar o PLL n.º
036/01, com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
exercita-se neste momento a plenitude do jogo democrático nesta Casa, um jogo
democrático responsável. Um certo retardamento que o enfrentamento desse
processo está tendo neste exato momento é porque se discute até o derradeiro
momento a possibilidade de se encontrar uma solução que contemple, por inteiro,
não um segmento majoritário e eventual na Casa, mas a totalidade do sodalício
aqui representado.
Em
verdade, o Vereador autor do Projeto de Lei que foi vetado parcialmente, neste
exato momento, discute com Lideranças da Casa a possibilidade de que seja
acolhido o Veto integralmente ou com apenas uma das ressalvas, fato esse que
está sendo responsavelmente considerado.
Quero
salientar ao Ver. Marcelo Danéris, Líder do Partido dos Trabalhadores, e aos
demais integrantes da base de sustentação do Governo Municipal, que isso é uma
prova inequívoca de que não estamos de forma irresponsável nos opondo a situações
aqui na Casa, e que, em muitas situações, somos alertados pelo bom senso, somos
alertados sobre o risco de algumas das decisões que o Legislativo está tomando,
que a todo momento tem de tomar, e que brevemente tomará com muito mais
intensidade, uma vez que temos setenta e cinco projetos esperando na fila para
serem deliberados na Casa tão logo se esgote a análise dos Vetos, Ver. José
Valdir - aproveito para saudá-lo novamente –, e isso desfaz, desde logo, a
idéia de um radicalismo que não pode nem deve existir. Quero acentuar esse
particular, na medida em que o próprio autor da proposição que foi vetada está
realizando diligentes esforços no sentido de se chegar a uma posição madura que
permita um posicionamento uniforme dentro da Casa e que não é uma uniformidade
decretada por qualquer imposição, senão aquela imposição do bom senso, da boa
articulação que integra o jogo democrático dentro de uma Casa plural como é
esta Casa. Em que pese existir um partido que seja majoritariamente o mais bem
situado nesta Casa, existem outras doze agremiações que, com peso relativo,
acabam compondo situações de maioria eventual que não pode ser usada em
contrariedade do bom senso, em contrariedade do interesse público.
Esse
é o esforço que estou registrando da tribuna, esforço que se realiza, e
almejamos que seja alcançado o objetivo maior de todos que estão discutindo a
matéria no presente momento.
Por
isso, Sr. Presidente, gostaria de salientar, de forma muito enfática, que,
apesar de que alguns queiram entender de forma diversa, aqui nesta Casa se faz
política com pê maiúsculo, de forma responsável e, sobretudo, leva-se em conta
o interesse público a cada instante e a cada momento, em que pese, com muita
freqüência, é lógico, o alcance do bem comum ser objeto de divergência e
discussão, porque, como disse o poeta: “Nem todos os caminhos são para todos os
caminhantes.” O nosso caminho tem de ser a convergência do interesse público.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra para encaminhar o PLL n.º 036/01, com Veto Parcial.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente Ver. José Fortunati, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha por meio da TV Câmara. Esse Veto que trata do
Projeto do Ver. Sebastião Melo tem três incisos vetados. Na verdade, é um Veto
Parcial. Primeiro, já é uma demonstração, por parte do Executivo, de que não há
o interesse de vetar simplesmente, mas analisar o projeto, ver onde há
problemas, vetar parcialmente, ou, em outros projetos, vetar totalmente. Eu já
disse que, nesta Casa, houve em torno de duzentas e cinqüenta e duas
proposições, entre todos os Projetos que vieram para cá, e quinze deles foram
vetados, ou seja, 7%. Portanto, 93% das proposições saídas do Legislativo foram
aprovadas, sancionadas pelo Executivo, demonstrando o grau de relação que o
Executivo tem com o Legislativo. Neste Projeto, especificamente, há três
incisos, sobre os quais procuramos conversar com o Ver. Sebastião Melo.
Chegamos a um acordo que, do ponto de vista político, é maduro, que não
interrompe o Projeto, a proposição do Ver. Sebastião Melo. É um Projeto que tem
concordância da nossa parte, mas tinha alguns problemas de estrutura, outros
problemas legais, como, por exemplo, o sigilo fiscal, que é um dos incisos
vetados.
O
Ver. Sebastião Melo analisou, ponderou e concordou. Nós, portanto, nos
comprometemos com a sanção desse Projeto e com a execução dele. Eu acredito
que, passado o momento da eleição da Mesa, onde tivemos um momento que
demonstra para o Legislativo, para a população de Porto Alegre e também para o
Executivo que é possível, aqui na Câmara de Vereadores, termos debates
acirrados, duros, cobranças, diferenças ideológicas profundas, mas que há a
capacidade de fazer deste Parlamento um parlamento no sentido exato da palavra,
que discute, que debate, que propõe, onde ninguém precisa abrir mão das suas
posições ideológicas, partidárias, nem do seu papel de oposição ou seu papel de
situação, mas a capacidade de construirmos, de forma madura, de forma discutida
e aprofundada, as questões de mérito que envolvem cada projeto. É assim que a
população de Porto Alegre pretende não só a situação, mas a oposição também. Eu
acredito que, passada a eleição da Mesa, Ver. Luiz Braz, quando a Frente
Popular fez questão de, num gesto, que é importante para nós, um gesto que quer
manter um canal de diálogo permanente com todos os partidos, independente das
defesas, ideologias e princípios, mas quer ter permanentemente esse debate aqui
na Câmara, nem nós faremos uma situação por situação e esperamos que nem a
oposição faça oposição por oposição. Penso que estamos dando passos nesse
sentido. Isso é bom para a Câmara, é bom para a população de Porto Alegre, é
bom para a Mesa Diretora, é bom para o Executivo, mas principalmente é bom para
o Legislativo.
Nós
queremos encaminhar, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, a manutenção do
Veto Parcial ao Projeto do Ver. Sebastião Melo De nossa parte, há o nosso
acordo firmado e que será cumprido. Esperamos que os partidos de oposição, a
pedido inclusive do Ver. Sebastião Melo, também mantenham o Veto Parcial do
Executivo sobre este Projeto. Esse é o encaminhamento da Bancada do Partido dos
Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista este
Vereador não poder mais encaminhar esta matéria, já tendo encaminhado na Sessão
anterior, apenas a título de esclarecimento: nós, em um primeiro momento,
havíamos avaliado, pedido destaque de apenas um inciso sobre o Veto do Sr.
Prefeito. Nós analisamos, especialmente com a Comissão de Finanças e Orçamento,
com os nossos técnicos da Casa, com o setor de informática, e para a melhor
consecução deste Projeto, nós avançamos no sentido de que sejam então aceitos
os vetos dos três incisos para que este Projeto seja colocado em prática o mais
rápido possível para toda a Casa. Portanto, apelo aos meus colegas Vereadores,
no sentido de que aceitemos o Veto do Executivo nesse sentido, para que o
Projeto seja transformado em prática o mais rápido possível.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o inciso II do § 2.º do art.
1.º, destacado do PLL n.º 036/01. Lembro que os que votam “sim” aprovam o
dispositivo, rejeitando o Veto, e os que votam “não”, rejeitam o dispositivo,
mantendo o Veto. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADO o dispositivo por 18 votos NÃO, 05 ABSTENÇÕES, nenhum
voto a favor. Rejeitado o dispositivo, mantendo-se o Veto.
Passamos
à votação dos demais dispositivos vetados.
Em
votação o inciso I e V do parágrafo 2.º do artigo 1.º, destacado do PLL n.º
036/01. (Pausa.) (Após apuração nominal.) Lembrando que quem vota “sim” aprova
os dispositivos rejeitando os Vetos. Quem votar “não”, rejeita os dispositivos
mantendo os Vetos. (Após apuração nominal.) REJEITADOS os dispositivos por 18 votos NÃO, 06 ABSTENÇÕES.
Rejeitados os dispositivos, manteve-se o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1725/01 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que
dispõe sobre os serviços de entrega domiciliar no âmbito do Município e dá
outras providências.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- Por resultar
empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1º, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16.3 –
Sábado.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 095/01, com Veto
Parcial. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir. A Ver.ª Sofia
Cavedon está retirando a sua inscrição. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para discutir.
O SR. NEREU D’ AVILA: Eminente Presidente, Ver. José
Fortunati, da Câmara Municipal, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras,
este Projeto da Ver.ª Helena Bonumá teve uma participação ampla de discussão em
relação ao seu objeto, que dispõe sobre os serviços de entrega domiciliar no
âmbito do Município e dá outras providências. É uma reivindicação
principalmente dessa entrega feita por motocicletas. Foi discutido entre a
Vereadora e os interessados, diversos Vereadores, e restou a apresentação de
emendas. Inclusive a única emenda vetada foi a de autoria deste Vereador, a
pedido das partes interessadas; é a Emenda n.º 2, cuja exposição de motivos nós
assim simplificamos: “Cabe aduzir, inicialmente, que a proposição da Ver.ª
Helena Bonumá tem o mérito de buscar regular um fato social de dimensão na
Cidade, ou seja, a questão da entrega domiciliar por veículo. Ocorre que,
indubitavelmente, o clamor social está consubstanciado no concernente às
entregas realizadas por motocicletas. Com efeito, na medida em que essa
atividade não está definida em diploma legal, torna-se dificultoso afastar as pessoas
incapacitadas para o seu exercício, o que culmina por estigmatizar a própria
profissão. Ademais, a população fica à mercê desses agentes, com reflexos
diretos, inclusive na segurança. A partir dessa análise este Vereador entende
que o Projeto é espinafrado, desborda do ponto fulcral, pois engloba caminhão e
automóvel.”
Nós
queríamos que fosse somente motocicletas, o que acabou ocorrendo.
A
Emenda de Liderança de n.º 2 diz o seguinte - a que foi vetada: “A oferta de
entrega domiciliar de mercadorias e produtos deverá ser autorizada pela
Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio, a SMIC, que concederá
gratuitamente a autorização mediante requerimento interessado sempre que a
entrega utilizar motocicleta.”
Então,
esta Emenda foi, evidentemente, a pedido dos interessados; só que nas razões do
Veto o Sr. Prefeito diz que se justifica o Veto em razão do descabimento da
gratuidade prevista no dispositivo supramencionado. O dispositivo legal ora
vetado propõe a concessão gratuita pela SMIC mediante o requerimento do
interessado e autorização para a realização de entrega domiciliar de
mercadorias e produtos sempre que a mesma utilizar motocicletas. A todas as
licenças emitidas pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio incide o
recolhimento de taxa correspondente, consoante o dispositivo da legislação
tributária do Município.
Então,
eu só vim à tribuna para concordar com a exposição do Veto. Porque se é
dispositivo do Código Tributário Municipal que, de todas as questões
pertinentes a documentos, sejam cobradas as taxas, seria contrariar,
frontalmente, o Código Tributário Municipal, que é Lei Complementar. O que não
seria razoável para esta Câmara.
Portanto,
como não foi Emenda de nossa autoria consubstanciada em pedido da classe, eu
depois justificarei à classe dizendo que foi um Veto justificadamente jurídico
e absolutamente pertinente às leis municipais, principalmente, ao Código
Tributário Municipal.
Portanto,
nós já encaminhamos dizendo que o Veto deve ser acolhido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir o PLL n.º 095/01, com Veto Parcial.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu vou ser muito breve. A minha Bancada
vai acolher o Veto apesar da péssima exposição de motivos do Prefeito. O
Prefeito pode vetar por inconstitucional, ou inorgânico, ou por contrário ao
interesse público. Ele não disse nem uma coisa nem outra. Ele falou da
gratuidade, que não está correta. Mas como nós entendemos que ele queria chegar,
ele estava com pressa de sair, nós vamos acompanhar a maioria e aceitaremos o
Veto. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PLL n.º 095/01, com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, a minha inclinação era
votar pela não-acolhida do Veto, mas a Vereadora que era a autora do Projeto -
hoje Secretária do Governo do Município - me havia feito um apelo, no sentido
de que havia entendido as razões do Prefeito, na exposição de motivos que
acompanhou o Veto, mostrando-se, Ver. João Antonio Dib, muito inteligente,
porque eu, como V. Ex.ª, não entendi bem as razões que foram formuladas.
Comentei isso com a Ver.ª Helena Bonumá. Não sei se por disciplina partidária,
por qual motivo, mas sei que a autora do Projeto renuncia ao Projeto e nos
solicita que acolhamos o Veto. Como já ocorreu, em situação anterior, em que
nos abstivemos de considerar o Veto porque o autor da proposição estava-se entendendo
satisfeito com a situação que se havia criado, com os três vetos parciais ao
seu Projeto, porque, no seu entendimento, ele, Ver. Sebastião Melo, autor do
Projeto, não comprometia aquilo que era a sua intenção ao propor o Projeto de
Lei que vai vigorar sem aqueles três incisos, objetos do Veto.
Agora,
no caso concreto, a autora, a Ver.ª Helena Bonumá, de forma muito expressa, nos
solicita que contribuamos, ou pela omissão ou pelo voto contrário, para que
seja mantido o Veto do Sr. Prefeito Municipal.
Então, Ver. Marcelo Danéris, vamos votar no sentido de que seja mantido o Veto, em homenagem àquela que foi nossa colega até sexta-feira passada, 1.ª Secretária da Mesa, nossa companheira de Mesa durante um ano e quatro meses, e pelo nosso bom relacionamento; e, por que não dizer, até mesmo, em homenagem a V. Ex.ª, que inicia objetivamente o enfrentamento dos processos que tramitam na Casa, como Líder do Governo, e que saberá sempre contar com um bom entendimento conosco naquelas matérias em que situações como essa nos aconselham a deixar de lado algumas posições pessoais, restrições pela forma como foi apresentado o Veto – que foi pavorosa, o Ver. João Antonio Dib tem razão -, mas, no objetivo final, se a autora da lei vetada não quer vê-la em vigor, por razões próprias dela, não há como deixar de atender ao seu pedido. Muito obrigado.
(Não reviso pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o PLL n.º 095/01, com Veto
Parcial. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, encaminhamos favoravelmente ao Veto em função do dispositivo da
gratuidade da emissão da certificação pela SMIC. A legislação tributária prevê
taxas pelo fornecimento de certidões desse tipo de documento. Nós estaríamos
abrindo um precedente complicado. Por outro lado, há uma previsão de isenção,
mas para casos de carência do requerente. E esse não é o caso das empresas que
fazem a entrega domiciliar. Então, parece-me correto o conteúdo do Veto.
Outra
preocupação que poderíamos ter: em função de o Governo não poder vetar apenas
uma palavra e ter de vetar todo o parágrafo, poderíamos pensar que deixa de ser
necessária a autorização da SMIC para fazer esse tipo de atividade, a entrega
domiciliar. Não! Porque outros artigos do próprio Projeto sanam esse problema.
E cito o art. 3.º que diz que “os veículos deverão estampar o número da
autorização expedida pela SMIC”. Então, não há um prejuízo com este Veto; o
restante do corpo da Lei mantém a necessidade da autorização.
Parece-me,
então, que tem apropriação este Veto, pois corrige um problema pequeno do
Projeto e garante a essência do Projeto, que, eu tenho certeza, vem contribuir
com esse serviço importante que a Cidade presta. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2141/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/01, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que isenta os proprietários ou locatários residenciais do pagamento de tarifa
dos serviços de estacionamento rotativo (Área Azul) nas vias públicas do
Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- Por resultar
empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art. 54, § 1º, do
Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16.3
– Sábado.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão o PLL n.º 129/01, com Veto
Total. (Pausa.)
Visivelmente
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h18min.)
* * * * *